A disfagia é a dificuldade para engolir alimentos, líquidos ou saliva. Essa condição é associada a doenças sistêmicas ou neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC), efeitos colaterais de medicamentos ou quadro degenerativo do próprio envelhecimento.
A literatura médica aponta que essa disfunção acomete de 16% a 22% da população acima de 50 anos, alcançando índices de 70% a 90% de distúrbios de deglutição nos mais idosos. Estima-se também que 20% a 40% dos pacientes após um AVC apresentam disfagia.
O assunto ainda é pouco debatido e merece destaque. De acordo com a fonoaudióloga da Clínica de Transição Paulo de Tarso, Sara Monteiro, a disfagia pode variar de um desconforto leve a um bloqueio total e doloroso da garganta ou esôfago.
“Essa disfunção não é doença, mas um sintoma que pode indicar a presença de alguma doença causada por alterações neurológicas como AVC, lesões estruturais benignas ou malignas, Alzheimer, Parkinson, paralisia cerebral, traumatismo cranioencefálico ou outras doenças neuromusculares ou neurodegenerativas. A disfagia pode interferir na condição nutricional, pulmonar e hidratação da pessoa, comprometendo sua saúde, estado psicológico, inserção social e, consequentemente, a qualidade de vida”, afirma fonoaudióloga.
Cansaço ao se alimentar
Sara Monteiro esclarece ainda que os principais sintomas são cansaço ao se alimentar, mudança da voz após engolir, dor ao engolir, perda de peso, sensação de alimento parado na garganta, demora nas refeições, internações frequentes por pneumonia, tosse ou engasgo durante ou após as refeições.
Nesses casos, é de competência dos profissionais da fonoaudiologia avaliar e tratar as alterações da deglutição para definir o diagnóstico funcional, realizar a reabilitação das disfagias orofaríngeas e estabelecer o plano terapêutico correto para o tratamento.
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