Jornal Correio Braziliense

Meio ambiente

Emissões de CO2 aumentaram em 2022, mas ficaram abaixo do esperado

Globalmente, as emissões vieram da maior demanda por energias fósseis relacionadas principalmente a episódios climáticos extremos e com os problemas de funcionamento de inúmeros reatores nucleares

As emissões de CO2 das energias fósseis aumentaram 0,9% em 2022 e atingiram um nível recorde, embora abaixo do esperado graças às energias verdes que compensaram parcialmente a maior demanda de petróleo e carvão, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). "O risco de crescimento desenfreado de emissões devido a um maior uso do carvão em um contexto de crise energética não se concretizou", afirma o documento.

Mas as boas notícias são relativas, dado que as emissões de dióxido de carbono (CO2) procedentes do uso da energia fóssil (que representam 75% dos gases de efeito estufa) "mantêm uma trajetória de crescimento insustentável e aumentam os desajustes climáticos", adverte a AIE. "Em 2022, as emissões planetárias de CO2 das energias fósseis aumentaram 0,9%, atingindo um recorde de 36,8 bilhões de toneladas", indica o relatório.

Globalmente, as emissões vieram da maior demanda por energias fósseis relacionadas principalmente a episódios climáticos extremos e com os problemas de funcionamento de inúmeros reatores nucleares. A poluição gerada pela combustão de carvão aumentou 1,6% porque na Ásia e na Europa esse combustível era frequentemente uma alternativa ao aumento dos preços do gás, em consequência da invasão da Ucrânia. Já o petróleo foi responsável por um crescimento de 2,5%, embora tenha permanecido abaixo dos níveis anteriores à pandemia. Metade disso é explicada pela retomada do tráfego aéreo, diz a AIE.

Regiões

Por regiões, as emissões da Ásia aumentaram 4,2%, devido ao crescimento econômico. A China, onde as restrições da covid-19 prosseguiram até o fim do ano passado, manteve o nível. Na União Europeia (UE), caíram 2,5%, graças ao forte desenvolvimento de energias renováveis diante do retorno do carvão. Nos Estados Unidos, houve um aumento de 0,8%, com uma forte demanda energética devido às temperaturas extremas enfrentadas pelo país.

"Os impactos da crise energética não causaram o grande aumento das emissões que temíamos graças ao crescimento notório das energias renováveis, dos veículos elétricos, das bombas de calor e de tecnologias de eficiência energética. Sem isso, o aumento das emissões teria sido quase três vezes maior", disse, em nota, o diretor da AIE, Fatih Birol. "No entanto, as emissões de energia fósseis continuam aumentando e dificultam os esforços para atingir as metas climáticas mundiais", acrescentou, antes de pedir às empresas desses setores que assumam suas responsabilidades, "em coerência com seus compromissos públicos sobre o clima".

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