Oumuamua é uma rocha espacial que ficou muito conhecida como alvo de teorias da conspiração por suspostamente ter origem alienígena. Apesar de a ideia já ter sido refutada, ainda existem muitos mistérios ao redor da aparição da rocha, que tem características de um asteroide, mas tem tamanho pequeno e não tem cauda visível.
Contudo, quando se aproximou do Sol, a rocha apresentou uma aceleração e comportou-se mais como um cometa, mas sem qualquer evidência de que estava ejetando gás, o que só causou mais dúvidas sobre sua origem e características.
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Um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA, identificou que o motivo do movimento da rocha era o hidrogênio que escapava de si próprio, dando essa "força" para se mexer. Esse escape de hidrogênio a partir do gelo da rocha foi possível a partir da radiação cósmica entre as estrelas.
Segundo os especialistas, o que tornou Oumuamua diferente de todos os outros cometas bem estudados em nosso sistema solar foi seu tamanho: "Era tão pequeno que sua deflexão gravitacional ao redor do sol foi ligeiramente alterada pelo minúsculo empurrão criado quando o gás hidrogênio jorrou do gelo".
Essencialmente, a maioria dos cometas são bolas de neve sujas que se aproximam do Sol periodicamente e, quando aquecidos pela luz solar, podem ejetar água e outras moléculas, produzindo um halo brilhante ou coma ao seu redor e muitas vezes caudas de gás e poeira. Esses gases ejetados agem como os propulsores de uma espaçonave para dar ao cometa um pequeno chute que altera ligeiramente sua trajetória das órbitas elípticas típicas de outros objetos do sistema solar, como asteroides e planetas.
Quando descoberto, o Oumuamua não tinha cauda e era muito pequeno e muito longe do Sol para capturar energia suficiente para ejetar muita água, o que causou as várias especulações sobre sua origem e como se movia. No entanto, com as novas descobertas, já é possível entendê-lo melhor, segundo os cientistas.
"A principal conclusão é que Oumuamua é consistente com ser um cometa interestelar padrão que acabou de passar por um processamento pesado. Os modelos que executamos são consistentes com o que vemos no sistema solar a partir de cometas e asteroides. Então, você pode começar com algo que se parece com um cometa e fazer com que esse cenário funcione", explicaram os cientistas e autores de um artigo publicado na revista científica Nature, nesta quarta-feira (22/3).
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