Pioneiro no campo de cultivo de gametas em laboratório, o geneticista japonês Katsuhiko Hayashi, da Universidade de Kyushu, afirmou, ontem, que conseguiu criar camundongos com dois pais após produzir óvulos a partir de células masculinas. O cientista participa da terceira cúpula de edição genética do Instituto Francis Crick, em Londres, onde comentou sobre o trabalho, ainda não publicado. Segundo Hayashi, o artigo foi submetido à revista Nature, que deve, em
breve, divulgá-lo.
Citado pelo jornal The Guardian, o geneticista afirmou que, em 10 anos, "puramente em termos de tecnologia", será possível fazer o mesmo em humanos. Ele ressaltou que gostaria que, caso se mostrasse segura, a técnica permitisse a um casal de homens gerar um filho. Anteriormente, a equipe de Hayashi criou camundongos com dois pais biológicos por meio de uma cadeia elaborada em etapas, incluindo engenharia genética. Esta é a primeira vez, porém, que óvulos viáveis são cultivados a partir de células masculinas.
O cientista destacou que não é possível, ainda, saber se os animais estarão disponíveis para reprodução. Também disse que a técnica poderá ser aplicada para tratar formas graves de infertilidade, incluindo mulheres com síndrome de Turner, onde uma cópia do cromossomo está ausente. Segundo Hayashi, essa aplicação foi a principal motivação para a pesquisa.
"Fascinante"
Em entrevista ao The Guardian, Geroge Daley, reitor da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, considerou o trabalho "fascinante", acrescentando que pesquisas anteriores demonstraram que a criação de gametas humanos em laboratório são mais desafiadoras do que as fabricadas com células de camundongo. "Ainda não entendemos o suficiente da biologia única da gametogênese humana para reproduzir o trabalho provocativo de Hayashi em camundongos", afirmou ao jornal britânico.
No estudo, o cientista japonês transformou células da pele, contendo uma combinação do cromossomo XY, em um ovo com a versão feminina XX. Então, as estruturas masculinas foram reprogramadas, com a deleção do cromossomo Y, substituído por um X. "O truque disso, o maior truque, é a duplicação do cromossomo X", explicou Hayashi.
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