Obesidade é problema de saúde pública no Brasil. E só aumenta entre crianças e adolescentes. Recente estudo, divulgado na última edição da ABC Cardiol, periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), busca descrever a incidência da hipertensão e sua relação com o perfil cardiometabólico e genético em especificamente neste grupo.
A análise, publicada no artigo "Incidência de hipertensão arterial está associada com adiposidade em crianças e adolescentes", foi produzida com dados do município de Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, ao longo de três anos, o qual avaliou mais de 1.600 estudantes em 50 escolas.
A presente pesquisa faz parte de um projeto maior, intitulado "Saúde dos Escolares", que avalia crianças, adolescentes e jovens adultos da cidade e região. Um primeiro artigo produzido e já publicado, que é parte de uma dissertação de mestrado, comparou fatores de risco cardiometabólicos de crianças e adolescentes brasileiros com valores de referência internacional.
Partindo desse ponto, a pesquisa foi aprofundada para a questão da incidência da hipertensão em crianças e adolescentes e sua relação com os demais fatores de risco. “Existem poucos estudos que tratam deste tema, principalmente estudos longitudinais, de coorte, que acompanham os mesmos indivíduos ao longo do tempo”, explica Leticia Welser, graduada em educação física, mestra e doutoranda em promoção da saúde, e principal autora do artigo.
Ela ressalta que estudos que abordam a incidência de hipertensão e sua relação com outras variáveis cardiometabólicas, incluindo informações do perfil genético, em crianças e adolescentes, são ainda mais escassos.
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Aumento da incidência
Em comparação com estudos anteriores, foi constatado um aumento na incidência de hipertensão em crianças e adolescentes, mais precisamente de 11,5%. “Indivíduos com valores mais altos de índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e percentual de gordura (PC) no baseline (coleta inicial) apresentaram maior probabilidade de desenvolverem hipertensão após 3 anos, sugerindo a importância da adiposidade neste processo, mesmo em uma população tão jovem”, diz Leticia.
A aplicação prática dos resultados do estudo passa pela prevenção, que deve ser desde a infância. Leticia pontua a importância de um rastreamento regular para hipertensão, aliado a ações de promoção à saúde, como o aconselhamento para um estilo de vida saudável, e a prevenção de fatores de risco. “Além disso, são necessárias iniciativas de estudos de intervenção para que, desta forma, consigamos mudar o futuro da saúde desta população”, ela conclui.
A obesidade na infância pode acarretar
- Hipertensão
- Diabetes
- Gordura no fígado
- Doenças cardíacas
- Dores
- Doenças nas articulações
- Doenças ortopédicas
Como prevenir?
- Orientar as atividades em casa para crianças
- Alimentação equilibrada para toda a família
- Combate ao sedentarismo
- Consumo de alimentos saudáveis
- Evitar hábitos alimentares errados
- Controlar possível inclinação genética
- Não ter um estilo de vida sedentário
- Cuidar da saúde mental e dos distúrbios psicológicos
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