SAÚDE

Mortes precoces por câncer de intestino crescerão 10% até 2030 no Brasil

Oncologista diz que alto consumo de alimentos ultraprocessados podem estar diretamente associados ao crescimento da doença

Estado de Minas
postado em 01/03/2023 16:00 / atualizado em 01/03/2023 16:00
 (crédito: congerdesign/ Pixabay)
(crédito: congerdesign/ Pixabay)

Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê um aumento de cerca de 10% no número de mortes prematuras causadas por câncer de intestino entre pacientes de 30 a 69 anos até 2030, no Brasil.

No estudo, publicado na revista científica Frontiers in Oncology, os cientistas projetaram o crescimento da mortalidade entre os anos de 2026 e 2030 e compararam com o período base de 2011 a 2015. A diferença de mortes prematuras estimadas é de aproximadamente 27 mil a mais: 14 mil entre homens e 13 mil entre mulheres.

Apesar de os pesquisadores terem analisado vários tipos de tumores, eles deram destaque ao câncer de intestino pelo fato deste apresentar o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras para ambos os sexos.

Um dos motivos citados pelos cientistas para explicar o aumento de casos da neoplasia nos próximos anos é o alto consumo de alimentos ultraprocessados, que no Brasil, inclusive, é responsável pela morte de 57 mil pessoas por ano, conforme estudo feito em conjunto pela Universidade Federal de São Paulo, Universidade de São Paulo, Fiocruz e Universidad de Santiago de Chile.

Pizza, embutidos, refrigerantes...

“Os alimentos processados, como pizzas, embutidos e refrigerantes, que infelizmente têm se tornado a primeira opção de muitas pessoas, na correria do dia a dia, não são benéficos para a saúde de forma em geral. Tanto é que vários pesquisadores nem consideram esses itens como ‘alimentos’”, explica a oncologista clínica Daiana Ferraz.

A especialista, que faz parte da equipe médica da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos com unidades em Belo Horizonte, Betim e Contagem, acrescenta ainda que, por receberem uma grande quantidade de aditivos químicos, corantes, conservantes artificiais, realçadores de sabor e adoçantes, eles causam danos severos ao organismo.

“Por serem baratos, com embalagem e sabores atraentes, acabam virando rotina na mesa dos brasileiros, porém a conta que se paga pelo consumo em excesso pode, infelizmente, ser cara demais, já que além de aumentarem os riscos de câncer de intestino, causam ainda outros problemas como obesidade, diabetes e hipertensão”, destaca Ferraz, que inclusive, tem atendido, cada vez mais pacientes de diversas faixas etárias com diagnóstico de câncer de intestino, até mesmo os mais jovens, abaixo dos 40 anos.

Sangue nas fezes

A médica da Cetus Oncologia ressalta que os sintomas mais associados ao câncer de intestino são sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, além de perda de peso sem causa aparente.

“O diagnóstico requer biópsia, exame de pequeno pedaço retirado da lesão suspeita no intestino. Já o tratamento vai depender, principalmente, do tamanho, localização e extensão do tumor. Há desde a possibilidade da cirurgia, da quimioterapia após a cirurgia, ou até mesmo da retirada de metástases (caso existam em menor número) com cirurgia”, afirma Daiana enfatizando que se detectada precocemente, a neoplasia é tratável e o paciente pode ser curado, desde que, claro, a doença ainda não tenha atingido outros órgãos.

“Como prevenir é sempre melhor que remediar, o caminho mais assertivo para evitar a enfermidade é ‘descascar mais e desembalar menos’, ou seja, quanto mais natural e saudável a alimentação, melhores serão os resultados para a saúde. Além disso é importante manter o peso corporal adequado, praticar pelo menos 150 minutos por semana de atividade física e ficar atento aos casos de câncer na família, que caso existam, exigem acompanhamento médico mais apurado”, orienta a médica.

Notícias no seu celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

 

 


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE