O período de carnaval chegou ao fim, mas toda a curtição dos blocos e festas pode deixar sequelas para o resto da vida. Isso porque, na hora do clima, ainda têm aqueles que "esquecem" de usar a camisinha. O ato que pode parecer inofensivo, mas aumenta o risco de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), além do perigo de ocorrer uma gravidez não planejada. De acordo com o Ministério da Saúde, 108 mil brasileiros são HIV positivo e não sabem.
O clínico geral Vital Fernandes Araújo, pós-graduado em medicina ortomolecular e pós-graduado em psiquiatria, ressalta os perigos em relação ao sexo sem proteção. "Os maiores riscos estão relacionados à transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, as famosas ISTs, incluindo HIV, herpes genital, sífilis, gonorreia, clamídia e HPV. Além das ISTs, o sexo sem proteção pode levar a gravidez não planejada e outras doenças inflamatórias pélvicas”, destaca.
Por isso, caso tenha feito sexo sem proteção, é importante agir rapidamente para reduzir os riscos de ISTs e gravidez não planejada. Vital recomenda duas medidas para reduzir os riscos. As ações incluem:
Tomar a pílula do dia seguinte - Com a preocupação da possibilidade de gravidez, a pessoa pode tomar a pílula do dia seguinte o mais rápido possível após o sexo desprotegido. A pílula é uma forma de contracepção de emergência que pode impedir a ovulação ou fertilização, mas só é eficaz se tomada em um curto período após o sexo, no máximo em 72 horas. É importante lembrar que a pílula do dia seguinte não protege contra ISTs.
Procurar um médico - É importante procurar um profissional para fazer exames. É interessante fazer testes para detecção de possíveis ISTs, também existem tratamentos precoces para evitar a transmissão dessas infecções, mas é preciso inicia-los logo após a exposição.
Sintomas e como identificar uma possível IST?
Como explica o clínico geral, "os sintomas variam bastante a depender do indivíduo e do tipo de IST. Inclusive, algumas ISTs podem não apresentar sintomas a curto prazo e podem levar semanas ou meses para serem detectadas”.
Os sintomas mais comuns de ISTs são:
— Coceira, vermelhidão ou irritação nos genitais
— Dor ao urinar
— Corrimento vaginal ou peniano
— Feridas ou bolhas nos genitais, boca ou ânus
— Dor durante o sexo
Caso existam sintomas na região genital ou nos arredores, é recomendado consultar um médico, logo após a relação sexual sem proteção, para ser feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado, caso necessário. Um dos métodos para se precaver é a Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP)
O que é PEP?
A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é um tratamento que envolve o uso de medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção pelo HIV após uma exposição a riscos, como sexo desprotegido ou compartilhamento de agulhas. Existe, também, profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras ISTs.
Nesses casos, não adianta se desesperar. Existem medidas de prevenção que podem ser adotadas após uma relação desprotegida. O tratamento de emergência deve ser iniciado o mais rápido possível após a exposição, idealmente dentro de duas horas, e no máximo até 72 horas após a exposição. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde.
Geralmente prescrita por médicos especializados em HIV, a pessoa deve passar por uma avaliação médica completa antes de iniciar o tratamento. Nem todas as pessoas são elegíveis para a PEP, e a decisão de prescrevê-la é baseada em vários fatores, incluindo o tipo de exposição, o risco de infecção e a saúde geral da pessoa.
O tratamento é mais efetivo contra HIV. Mas também existe Profilaxia para Hepatite B e outras ISTs, como a clamídia, a gonorreia e a sífilis.
Onde encontrar a PEP?
Oferecida gratuitamente pelo SUS, basta procurar uma Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
Pílula do dia seguinte
A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência que pode ser usado para prevenir a gravidez após uma relação sexual desprotegida ou quando o método contraceptivo falhou (como o caso de rompimento do preservativo). Contém uma dose mais elevada de hormônios do que as pílulas anticoncepcionais regulares, e deve ser tomada o mais rápido possível após a relação sexual, idealmente dentro de 12 horas. No entanto, a pílula do dia seguinte ainda pode ser eficaz se tomada até 72 horas após a relação sexual.
Vital explica que “a eficácia não é 100%, e sempre existirá risco de gravidez, mesmo com o uso. Vale lembrar também que a pílula do dia seguinte não protege contra as ISTs”.
Caso exista a exposição ao vírus do HIV, quais medidas devem ser tomadas?
Se houver exposição ao vírus HIV é importante agir rapidamente para reduzir o risco de infecção.
- Procurar um serviço de saúde o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição;
- Avaliar se é necessário iniciar um tratamento de emergência conhecido como Profilaxia Pós-Exposição para prevenir a infecção pelo HIV.
- Realizar testes e exames de acompanhamento junto a um médico.
Uma relação sem proteção pode também servir para nos relembrar da importância da camisinha: o uso do preservativo é sempre a maneira mais eficiente para proteger contra o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).
*Estagiário sob supervisão de Thays Martins
Notícias no seu celular
O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.