A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou, ontem, uma reunião de urgência para confirmar o surto do vírus de Marburg na Guiné Equatorial e discutir abordagens de enfrentamento. Da mesma família do vírus ebola, o patógeno é altamente virulento, causa febre hemorrágica e tem uma das maiores taxas de letalidade do mundo: em média, 50%, podendo chegar a 88%.
Em comunicado, o Ministério da Saúde do país africano informa ter detectado uma "situação epidemiológica atípica" em distritos de Nsok Nsomo, na província de Kie Ntem, depois da morte de nove pessoas com sintomas de febre, vômitos e diarreia com sangue. A presença do vírus foi confirmada por meio de amostras enviadas para análise no Senegal. Além dos óbitos, as autoridades relataram, até ontem, 16 casos suspeitos, sendo 14 assintomáticos e dois infectados com sintomas leves.
Guiné Equatorial declarou estado de alerta sanitário. Equipes de saúde foram enviadas aos distritos afetados para rastrear contatos, isolar e fornecer assistência médica às pessoas que apresentarem sintomas da doença. A OMS também está articulando uma resposta de emergência, convocando especialistas em epidemiologia, gerenciamento de casos e prevenção de infecções para garantir a colaboração da comunidade no controle do surto.
"Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode atingir todo o vapor rapidamente para salvarmos vidas e determos o vírus o mais rápido possível", disse Matshidiso Moeti, diretor regional da agência na África.
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Sem vacinas
Não há vacinas contra o vírus nem tratamentos aprovados. No entanto, cuidados de suporte — reidratação com fluidos orais ou intravenosos — e abordagens para sintomas específicos podem ser ministrados. Além disso, os mesmos protocolos de prevenção e controle de infecções de outras febres hemorrágicas, como o ebola, devem ser usados para prevenir a transmissão.
O vírus de Marburg é transmitido através de morcegos que se alimentam de frutos e se espalha entre os humanos por meio do contato direto com os fluidos corporais, superfícies e materiais contaminados. A área da Guiné Equatorial afetada pelo surto é em uma região rural, de floresta densa, perto das fronteiras com Gabão e Camarões.
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