Quando as substâncias antimicrobianas são liberadas no meio ambiente, elas podem selecionar micro-organismos resistentes, ao mesmo tempo em que novos patógenos adquirem a habilidade de escapar dos mecanismos que levariam à sua eliminação. Isso acontece por mutação espontânea, aquisição e transmissão de elementos genéticos móveis (EGM) ou por meio de eventos de transferência horizontal de genes.
Os genes de resistência antimicrobiana (GRAs) são porções de DNA que codificam a resistência a um ou mais compostos usados em medicamentos e outros produtos usados para matar os micro-organismos. Ao longo do processo evolutivo, eles podem surgir naturalmente ou serem adquiridos. Locais como rios, lagos e oceanos, para os quais deságuam grandes quantidades de poluentes, são mais propensos a abrigar patógenos com as mutações.
Compostos biocidas e alguns metais pesados, muito comuns em resíduos industriais, podem criar uma pressão seletiva em espécies bacterianas que contêm múltiplos genes associados à resistência antimicrobiana. O zinco e o cobre, por exemplo, amplamente utilizados como suplementos alimentares na pecuária e controle de doenças, podem selecionar bactérias resistentes a drogas e aumentar sua sobrevivência em ambientes que contêm esses metais, como o trato gastrointestinal dos animais que se consumiram rações com os dois elementos.
O contexto agrícola, o uso de herbicidas para controlar ervas daninhas na agricultura podem enriquecer os genes que conferem resistência, alterando os microbiomas do solo e contribuindo para o maior desenvolvimento de resistência antimicrobiana. Microplásticos também representam um problema, pois abrigam micro-organismos capazes de poluir o solo e os ambientes aquáticos. (PO)
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)
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