A biodiversificação dos vermes ocorreu muito antes do que a ciência pensava. Pesquisadores da Durham University, no Reino Unido, chegaram a essa conclusão após a análise de 15 fósseis do verme anelídeo Iotuba chengjiangensis, datados do início do período Cambriano, há aproximadamente 515 milhões de anos. Esse período é marcado pelo surgimento de animais com exoesqueleto, como aranhas e caranguejos, assim como a expansão dos equinodermos e os anelídeos.
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A análise dos fósseis revelou que os vermes tinham os corpos com estruturas complexas e que esses anelídeos se diversificaram em diferentes linhagens há cerca de 200 milhões de anos antes do que se pensava. “Sabemos que as principais linhagens de animais que vemos hoje surgiram durante a explosão do Cambriano, mas sempre pensamos que os vermes anelídeos estavam atrasados para a festa", pontua Martin R. Smith, coautor do estudo.
"Mas os fósseis incrivelmente preservados que estudamos e a estrutura dessas pequenas criaturas incríveis desafiam essa imagem e mostram que os vermes anelídeos – incluindo Iotuba chengjiangensis – pareciam seguir o padrão de eventos iniciados pela explosão cambriana", acrescentou o pesquisador.
Raridade
Fósseis detalhados desse tipo de verme são considerados raros. Os anelídeos estão presentes em ecossistemas terrestre e marinho e os pesquisadores acreditam que o Iotuba chengjiangensis era capaz de mover a cabeça para dentro e para fora de uma gaiola feita de espinhos eriçados.
"Anelídeos são um dos maiores e mais bem-sucedidos filos de animais que estão florescendo em ecossistemas terrestres e marinhos com a linhagem viva mais diversificada, Polychaeta, vivendo em o mar. As mais conhecidas são, por exemplo, as minhocas, as sanguessugas e as amêijoas. Existem também pelo menos 20.000 espécies e 80 famílias de poliquetas no mar moderno", conta Zhifei Zhang, principal autor da pesquisa.
A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the Royal Society B e pode ser acessada na íntegra neste link.
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