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Telescópio James Webb pode detectar estrelas que se formaram após o Big Bang

As estrelas da População III foram as primeiras a se formar após o Big Bang e acredita-se que tenham feito a primeira contribuição para o conteúdo de metal do universo

Um estudo publicado no The astronomical journal no dia 2 de dezembro de 2022, revela que o novo Telescópio Espacial James Webb pode ser capaz de enxergar as primeiras estrelas que se formaram após o Big Bang. 

As estrelas da População III foram as primeiras a se formar após o Big Bang e acredita-se que tenham feito a primeira contribuição para o conteúdo de metal do universo, além dos produtos da nucleossíntese do fenômeno. 

Segundo o estudo, essas estrelas têm períodos de vida extremamente curtos e só seriam observáveis em altos redshifts (comprimento da onda em direção ao vermelho) e fracas magnitudes, mesmo com a ajuda de outros telescópios. Entretanto, o Webb pode ser o primeiro capaz de realizar a detecção de astros distantes com auxílio de lentes gravitacionais. 

Mikaela M. Larkin e colegas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, concluíram que o telescópio poderá encontrar sinais diretos desses astros com cerca de 10 horas de observação. 

A maioria das estrelas da População III pesam entre algumas dezenas e algumas centenas de massa solar e têm curto período de vida. Isso exige que a observação seja feita com altos desvios para o vermelho. 

No estudo, foram usados novos modelos evolutivos e atmosferas de modelo não-equilíbrio para caracterizar as propriedades observáveis de estrelas da População III de idade zero. Esses modelos cobrem uma ampla gama de possíveis massas estelares da População III. 

Os resultados finais foram comparados com as escalas de eventos de lenteamento conhecidos e os limites de magnitude do James Webb. O objetivo é calcular os parâmetros observáveis das estrelas nas bandas do telescópio, a fim de fornecer uma base teórica para futuras observações dessa população estelar. 

O novo James Webb tem a capacidade de detectar algumas das galáxias mais antigas já conhece. Em janeiro deste ano, o telescópio detectou, pela primeira vez, um exoplaneta - planeta que orbita uma estrela. 

Confira o estudo completo publicado na The Astronomical Journal. 

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