Uma descoberta na biologia surpreendeu um grupo de cientistas na Amazônia equatoriana. Uma nova jiboia-anã foi encontrada com pélvis vestigial — algo que as cobras não precisam desde quando perderam as pernas, cerca de 150 milhões de anos atrás.
A nova espécie recebeu o nome de Tropidophis cacuangoae, em homenagem a Dolores Cacuango, ativista pelos direitos indígenas no Equador, considerada pelos pesquisadores uma referência de feminismo e direitos humanos do início do século 20.
A cobra chega a 20cm de comprimento (7,8 polegadas) e apresenta cores semelhantes aos de uma jiboia comum. De acordo com os pesquisadores, a espécie é encontrada na América do Sul, aparecendo no Equador, no Peru e no Brasil.
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Segundo o site IFLScience, "órgãos vestigiais e membros são resquícios da evolução que demonstram como simplesmente não precisar de algo não é suficiente para um organismo evoluir sem tê-lo".
Outras espécies de cobras também têm esses tipos de "ressacas evolutivas", como as pítons, que além de pélvis vestigial apresentam duas esporas que antes eram pernas.
O estudo que resultou na descoberta foi realizado por quatro cientistas: Mario Ortega (equatoriano), Alexander Bentley (norte-americano), Omar Machado Entiauspe Neto (brasileiro) e Claudia Koch (alemã). A equipe realizou o estudo por 4 anos. Durante a pesquisa, os cientistas coletaram dois espécimes, um vindo da reserva nacional Colonso Chalupas, da província de Napo; e outro, da reserva privada Sumak Kawsay, de Pastaza.
O estudo foi publicado no European Journal of Taxonomy, no dia 29 de dezembro de 2022.
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