Educar para o envelhecimento

Correio Braziliense
postado em 24/01/2023 06:00

Maisa Kairalla, médica geriatra da Unifesp/EPM e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Maisa Kairalla, médica geriatra da Unifesp/EPM e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. (foto: Arquivo pessoal )

A gente espera uma epidemia de fragilidade dos idosos com o envelhecimento da população. Existe a fragilização, pelo envelhecimento, pela perda muscular, ainda que você seja ativo, pela senescência. Soma-se a isso, se o idoso é obeso, ele tem maior restrição para fazer atividade física, tem doenças que comprometem a prática de exercícios, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, cerebrais… A obesidade aumenta o risco não só de acidente vascular cerebral, mas de demência, infarto. Aumenta também as artroses que impedem ou dificultam a atividade e até mesmo o emagrecimento desse indivíduo. Então, com o aumento da obesidade, a gente espera que esses pacientes estejam mais frágeis. É importante a gente pensar nisso, inclusive, para a educação das pessoas. Quando educamos a população para envelhecer saudável, com peso adequado, sabemos a tradução disso para o envelhecimento bem-sucedido e uma longevidade sustentável. Acredito que as políticas públicas ainda estejam muito deficientes para o envelhecimento saudável. As faculdades só falam de doença; vertentes da linha médica ou multidisciplinar também falam muito pouco de promoção da saúde. É fundamental que a gente fale disso não só durante o processo de envelhecimento, que a gente sabe que começa aos 28 anos, mas já ao nascer. Eu diria que é uma prática que deve existir, inclusive, quando a gente pensa em engravidar. Porque temos a noção que crianças saudáveis serão jovens saudáveis e idosos saudáveis.

Maisa Kairalla, médica geriatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

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