Uma descoberta feita por uma neurocientista e bióloga brasileira refuta a ideia de que o imponente tiranossauro rex era um gigante com "cérebro de passarinho", ao se referir a uma falta de habilidade cognitiva do animal primitivo. O estudo revelou que, na verdade, o dinossauro que "protagonizou” o filme Jurassic Park tem um número de neurônios cerebrais semelhante ao de um babuíno.
A constatação foi feita pela neurologista Suzana Herculano-Houzel e publicada nesta quinta-feira (5/1) no Journal of Comparative Neurology. Segundo Suzana, a descoberta traz uma "realidade realmente mais aterrorizante do que nos filmes".
"É oficial. O número de neurônios semelhantes significa que (o tiranossauro) tinha o necessário para construir ferramentas, resolver problemas e viver até 40 anos, o suficiente para construir uma cultura", explica a especialista.
A descoberta não foi tão simples. Afinal, como o animal foi extinto há mais de 65 milhões de anos, não há amostras cerebrais viáveis para estudo. A alternativa, então, foi estudar a composição de cérebros de espécies que evoluíram dos dinossauros, que hoje se enquadram na escala sauropsídeos endotérmicos, os pássaros.
As espécies que mais se aproximam e são consideradas “primas” dos dinossauros são as emas, os avestruzes e as galinhas. A especialista contou com materiais produzidos por um colega da área que publicou, em 2022, análise do número de neurônios no cérebro de uma variedade de espécies de pássaros.
Assim, a especialista fez a contagem de neurônios nesses animais modernos e calculou a proporcionalidade de neurônios com o tamanho do cérebro das aves. Em seguida, utilizou uma escala de dimensionamento para calcular quantos neurônios eram abrigados no crânio de um tiranossauro rex.
“O tiranossauro rex tinha tantos neurônios quanto um babuíno moderno. O veredicto foi de que eles eram os primatas de seu tempo”, diz Suzana. Os primatas são a ordem de mamíferos modernos que são dotados de cérebro grande e diferenciado, capazes de desenvolver habilidades que vão além das necessárias para sobrevivência.
Além disso, o número de neurônios mostra que os dinossauros poderiam viver até 40 anos — característica alcançada apenas por babuínos —, tempo suficiente para “aprender a usar e fabricar ferramentas e construir e transmitir uma cultura”.
Para a neurologista, a descoberta é “assustadora”, já que ter gigantes oponentes e com capacidade mil vezes superior à de qualquer outro ser vivo — inclusive humanos — impediria qualquer convivência pacífica. “Nunca mais olharei para os dinossauros da mesma maneira. Ah, obrigada ao asteroide que atingiu a terra — e os dinossauros — há 65 milhões de anos”, brinca a especialista.
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