Anfíbios

Novas espécies de sapos com 'estômagos gorgolejantes' são descobertas

Cientistas internacionais encontraram 20 novas espécies do gênero Mantidactylus, subgênero Brygoomantis, em Madagascar

Cientistas internacionais fizeram uma nova descoberta no reino animal de Madagascar. Enquanto vasculhavam novas espécies de anfíbios, a equipe de cientistas encontrou 20 novas espécies de sapos do gênero Mantidactylus, subgênero Brygoomantis. Anteriormente, apenas 14 espécies eram conhecidas. 

Mark Scherz, curador de herpetologia do Museu de História Natural da Dinamarca e autor do estudo, publicado na revista Megataxa, informou ao IFLScience que as espécies descobertas possuem "estômagos gorgolejantes", ou seja, fazem o som característicos dos sapos. 

Ele afirma que os sapos podem ser muito difíceis de distinguir, por isso, Scherz e sua equipe tiveram que se atentar a diversas características. "Padrões de teia, proporções de certas medidas e especialmente as chamadas de anúncio. As chamadas são usadas pelas fêmeas para reconhecer membros da mesma espécie e escolher entre parceiros em potencial e, como resultado, elas evoluem rapidamente e geralmente são muito diferentes entre espécies próximas, mesmo que essas espécies pareçam idênticas aos nossos olhos", explica. 

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Observando esses detalhes, os cientistas conseguiram identificar os pequenos sapos marrons ao longo de riachos nas florestas de Madagascar. Apesar de não serem fáceis de identificar, as características peculiares tornaram o trabalho mais fácil. Além disso, eles utilizaram um elemento que usa DNA retirado de coleções de museus, que ajudaram a comparar espécimes vivas com as antigas. 

A equipe ainda acredita que existem muitos sapos da espécie Brygoomantis que ainda são desconhecidas, mas com a ajuda de pesquisas e trabalhos de campo esperam fazer mais descobertas. Apesar do trabalho intenso, Mark acredita que valerá a pena. 

"Procurar sapos em Madagascar é sempre emocionante. Muitas vezes você se vê sozinho no escuro, com água ou lama até os tornozelos (ou joelhos), armado com uma lanterna vermelha, um gravador de áudio, uma câmera, um bloco de notas e uma sacola plástica, fazendo o possível para não se mover enquanto os mosquitos e sanguessugas cobram o dízimo, com os ouvidos atentos aos chamados silenciosos dos sapos machos cantando para atrair uma parceira", relata. 

"Alguns minutos depois, com a gravação salva em segurança, você pode se atrever a tirar uma foto do animal. E então, finalmente, você pode atacar e, com alguma sorte, pegar o sapo... Às vezes pode ser frustrante, mas quando tudo corre bem, você pode estar voltando para o acampamento com uma espécie recém-descoberta em mãos", finaliza. 

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