Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Colônia, na Alemanha, publicado recentemente no Astrophysical Journal Letters, examinou como as erupções estelares da estrela anã do sistema TRAPPIST-1 podem afetar o aquecimento interior dos exoplanetas da sua órbita, tornando-os habitáveis.
O sistema TRAPPIST-1 está localizado a cerca de 39 anos-luz da Terra e é composto por sete exoplanetas com uma estrutura rochosa relativamente semelhante à Terra em massa e tamanho. Desses, três estão na zona habitável e apenas um com chances de ter água líquida.
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Esses exoplanetas orbitam em torno de uma estrela anã com massa 12 vezes menor do que a do Sol, por isso eles ficam muito mais próximos da sua estrela do que Mercúrio está próximo do Sol.
A proximidade dos exoplanetas com a sua estrela central prejudica o desenvolvimento de vida neles, isso por que, as erupções de plasma da estrela podem varrer suas superfícies.
Contudo, segundo a pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Colônia, essas erupções podem afetar o interior dos exoplanetas em órbita, favorecendo a formação geológica, podendo aumentar as chances de hospedar vida.
“Se tomarmos a Terra como ponto de partida, a atividade geológica moldou toda a superfície do planeta, e a atividade geológica é, em última análise, impulsionada pelo resfriamento planetário”, disse Dan Bower, geofísico do Centro de Espaço e Habitabilidade da Universidade de Berna, e co-autor do estudo.
Os pesquisadores descobriram que as erupções estelares da estrela central de TRAPPIST-1 “afetaram o balanço de calor interior dos planetas em órbita” por conta da dissipação ôhmica (a perda de energia devido à conversão em calor).
Com isso, a atividade geológica do interior dos planetas poderiam permitir que a superfície evolua para habitável, ou em várias fases de habitabilidade. O estudo também aponta que a presença de um campo magnético planetário pode melhorar esses resultados de aquecimento.
Esse estudo traz um outro olhar para o sistema TRAPPIST-1, tendo em vista que antes acreditava-se que os exoplanetas que orbitam anãs vermelhas não eram apropriados para vida pela proximidade e pelas erupções dessas estrelas.
"Planejamos executar simulações físicas mais elaboradas para entender melhor o efeito dos campos magnéticos intrínsecos", disse Alexander Grayver, líder do Heisenberg Junior Research Group na Universidade de Colônia e principal autor do estudo. “O objetivo de longo prazo é combinar nosso modelo com modelos de formação e erosão da atmosfera”.
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