Uma equipe de pesquisadores que busca por vida inteligente fora da Terra fez uma varredura em 12 exoplanetas em busca de sinais de atividade tecnológica (também conhecida como “assinaturas tecnológicas”). Os planetas foram vasculhados enquanto faziam o “trânsito” - momento em que passam em frente à estrela mãe (o sol deles) em relação aos observadores.
Embora não tenha sido detectada nenhuma evidência definitiva de vida, dois sinais de rádio foram identificados e chamaram a atenção da equipe. A descoberta justifica a observação e o acompanhamento dos planetas.
A busca por sinais de rádio tem sido uma convenção estabelecida desde que a primeira pesquisa foi realizada neste sentido, em 1961: o Projeto Ozma, liderado pelo lendário Cornell Frank Drake. De acordo com o astrofísico, uma civilização, para ser inteligente, precisa ter capacidade e tempo para evoluir a ponto de criar a comunicação via rádio e emitir sinais de rádio pelo universo.
Com isso, nos últimos anos, os cientistas têm apontado radiotelescópios de última geração e novas técnicas de análise de dados (muitas das quais incorporam aprendizado de máquina) disponíveis para o universo. Os tipos de assinaturas tecnológicas que os pesquisadores poderiam procurar também estão se expandindo, com propostas que vão desde energia direcionada e neutrinos até ondas gravitacionais.
O estudo foi realizado por cientistas do Instituto SETI, Breakthrough Listen e várias universidades. A equipe foi liderada por Sofia Z. Sheikh, uma estudante de pós-graduação do Instituto SETI e do Berkeley SETI Research Center (UC Berkeley), e outros membros de um programa de pós-graduação SETI administrado pelo Penn State Extraterrestrial Intelligence Center (PSETIC). O artigo que detalha sua pesquisa está programado para ser publicado no The Astronomical Journal.
Segundo a líder da equipe, as transmissões de rádio continuam sendo a tecnoassinatura mais procurada, e as pesquisas de rádio avançaram exponencialmente graças ao hardware recém-desenvolvido e às técnicas computacionais de ponta.
“O rádio tradicional SETI está se expandindo exponencialmente, com novas fontes de financiamento e novos radiotelescópios surgindo no céu (por exemplo, MeerKAT)”, disse ela. “Além disso, muitos novos cientistas estão se envolvendo no campo, incluindo estudantes e especialistas em outros subcampos que estão aplicando suas habilidades ao desafio da tecnoassinatura. É muito emocionante fazer parte do SETI em um momento tão dinâmico!”, disse Sheikh, ao site Universe Today.
No entanto, encontrar evidências de sinais de rádio artificiais continua assustador, exigindo matrizes poderosas, tempo de observação considerável e imenso comprometimento e paciência das equipes de pesquisa. Além disso, de acordo com os pesquisadores do SETI, a maior parte do espaço de pesquisa (não apenas em termos de espaço físico, mas também de possíveis tipos de assinaturas tecnológicas) ainda não foi explorada.
Por outro lado, para Sheikh e sua equipe, a falta de exploração é justamente o que cria a oportunidade de montar novos projetos que possam preencher as regiões inexploradas do “espaço de parâmetros”
O telescópio
A varredura dos 12 exoplanetas foi realizada pelo primeiro radiotelescópio de prato único do mundo, o Robert C. Byrd Green Bank Telescope (GBT), parte do Green Bank Observatory em West Virginia. Entre seu prato de 100 metros (328 pés), abertura desbloqueada e excelente precisão de superfície, o instrumento oferece sensibilidade sem precedentes nos comprimentos de onda de milímetro a metro – frequência muito alta a extremamente alta (VHF a EHF). Desde 2017, também se tornou um dos principais instrumentos utilizados pelo Breakthrough Listen e outros institutos engajados na Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI).
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