Israel

Arqueólogos descobrem o túmulo que pode ser de uma das parteiras de Jesus

O local foi encontrado há 40 anos por saqueadores de antiguidades. Por meio de escavações, arqueólogos chegaram a detalhes sobre o que aconteceu na região ao longo do tempo

Correio Braziliense
postado em 21/12/2022 06:00
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Autoridades de Israel anunciaram ontem a existência, na floresta de Lachish, entre Jerusalém e a Faixa de Gaza, de uma das "grutas funerárias mais impressionantes" já descobertas no país. O local, que tem cerca de 2 mil anos, foi chamado de "o túmulo de Salomé", uma das parteiras presentes no nascimento de Jesus, de acordo com algumas correntes do cristianismo.

O local foi encontrado há 40 anos por saqueadores de antiguidades. Por meio de escavações, arqueólogos chegaram a detalhes sobre o que aconteceu na região ao longo do tempo. Segundo a Autoridade de Antiguidades (AIA), os estudos mostraram que, primeiro, a gruta foi usada para ritos fúnebres judaicos e pertenceu a "uma rica família de judeus que se esforçou muito para prepará-la".

Depois, tornou-se uma capela cristã dedicada a Salomé — a presença de cruzes e uma dezena de inscrições gravadas nas paredes levaram os arqueólogos a chegarem à conclusão. Segundo a AIA, o culto de Salomé e o uso do local continuaram até o século 9, após a conquista muçulmana. "Algumas das inscrições foram escritas em árabe, enquanto os crentes cristãos continuaram a rezar no local", acrescentou o órgão.

"Misteriosa"

Também em nota, a AIA descreve Salomé como uma "figura misteriosa". "De acordo com a tradição cristã (ortodoxa), a parteira de Belém não acreditou que lhe pediram para ajudar a dar à luz uma virgem, sua mão então secou e só se curou quando segurou o bebê", detalhou.

Caixas de ossos, cômodos e lamparinas de barro também estão entre as descobertas feitas pela equipe na escavações, que se estenderam por 350 metros. "Encontramos centenas de lamparinas completas e quebradas que datam dos séculos 8 e 9", relataram Nir Shimshon-Paran e Zvi Firer, diretores das escavações do AIA no sul de Israel. "Talvez, as lâmpadas fossem usadas para iluminar a caverna ou para cerimônias religiosas, da mesma forma que as velas são distribuídas hoje em túmulos e igrejas", sugeriram.

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