Bebidas

Bebida de Ayahuasca pode trazer efeitos adversos, aponta estudo

69,9% dos participantes da pesquisa apresentaram efeitos negativos como náuseas, dor de cabeça e relacionados à saúde mental após tomar a bebida

A bebida psicoativa sul-americana Ayahuasca se tornou conhecida mundialmente pela melhora na saúde mental e para crescimento espiritual e pessoal. No entanto, um novo estudo revelou que a substância também pode trazer efeitos negativos para quem a consome. 

Pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, analisaram dados de uma pesquisa online, coletados entre 2017 e 2019, que observou 10.836 pessoas de mais de 50 países com pelo menos 18 anos de idade e que usaram ayahuasca ao menos uma vez.

A conclusão do estudo, que foi publicado na revista científica PLOS Global Public Health nesta quarta-feira (16/11), mostra que 69,9% dos participantes tiveram efeitos negativos após tomar a bebida.

Os efeitos mais comuns reportados foram vômitos e náuseas (68,2% dos participantes), dor de cabeça (17,8%) e dor abdominal (12,8%). Entretanto, apenas 2,3% dos participantes que relataram eventos adversos físicos necessitaram de atenção médica para tratar o problema.

Outros efeitos adversos foram referentes à saúde mental incluindo ouvir ou ver coisas (28,5%), sentir-se desconectado ou sozinho (21,0%) e ter pesadelos ou pensamentos perturbadores (19,2%). Apesar disso, de todos os entrevistados que os identificaram problemas, 87,6% acreditavam que eles eram completamente ou parcialmente parte de um processo de crescimento positivo.

No entanto, o estudo pontua que as práticas da ayahuasca "dificilmente poderão ser avaliadas com os mesmos parâmetros utilizados para medicamentos prescritos, pois a miríade de seus efeitos inclui experiências desafiadoras intrínsecas à experiência, algumas das quais são consideradas como parte de seu processo de cura", afirmam os especialistas.

Eles indicam ainda outras ressalvas sobre o uso. "Embora sejam geralmente transitórios e vistos como parte de um processo de crescimento benéfico, os riscos são maiores para indivíduos vulneráveis ou quando usados em contextos sem apoio”.

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