O foguete mais potente do mundo, o SLS (Space Launch System, Sistema de Lançamento Espacial) da agência espacial norte-americana (Nasa), decolou nesta quarta-feira (16/11) da Flórida, na primeira missão do programa Artemis I, em direção à Lua. Cercado por uma gigantesca bola de fogo, o megafoguete subiu às 1h47 locais (3h47 de Brasília) do Centro Espacial Kennedy.
A missão Artemis I pretende dar a volta na Lua para averiguar se os novos sistemas de viagem ao espaço são seguros e, assim, garantir que humanos sejam levados ao satélite. Esta primeira viagem, no entanto, não é tripulada e deve durar 25 dias, com várias etapas delicadas.
O acontecimento histórico foi transmitido por meio do canal oficial da Nasa no YouTube e divulgado em tempo real nas redes sociais. Havia grande expectativa da Nasa pela subida da nave espacial após dois cancelamentos de última hora, há alguns meses, por problemas técnicos e após as passagens de dois furacões que adiaram o lançamento por várias semanas. Essa é a terceira tentativa e a Nasa finalmente obteve sucesso.
"Este foguete custou muito suor e lágrimas", declarou o diretor da Nasa, Bill Nelson. "Nos permitirá voar até a Lua e voltar durante décadas", afirmou.
Apesar de não ter humanos na tripulação, o foguete não viajou sozinho. Em uma cápsula acoplada a ele está a espaçonave Orion, que deve se separar do foguete e viajar por 450 mil km de distância da Terra. O percurso da Orion até a Lua será transmitido pelo Youtube da Nasa.
A expectativa é a de que às 12h desta quarta-feira (16/11) sejam divulgadas as primeiras imagens da Terra vistas da Orion. A espaçonave não pousará na superfície da Lua, apenas sobrevoará a atmosfera.
Missão Artemis I
Cinquenta anos após a última missão do programa Apollo (1961-1972), que levou o homem à Lua pela primeira vez, este teste não tripulado sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície. O objetivo é confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação.
O lançamento do SLS representa o início do programa Artemis, que pretende levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua. A Nasa pretende estabelecer uma presença humana duradoura na Lua, como preparação para uma viagem a Marte.
Ocorrências
A Nasa teve dificuldades para abastecer o foguete com combustível criogênico (mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio e oxigênio líquidos), assim como nas tentativas anteriores.
Um vazamento de combustível de hidrogênio identificado durante a tarde desta terça-feira (15/11) quase fez a missão ser abortada outra vez. A equipe foi forçada a a enviar técnicos à plataforma de lançamento para fazer reparos, o que interrompeu os preparativos durante quase uma hora e provocou um pequeno atraso no programa original de lançamento.
A primeira tentativa de decolagem, há alguns meses, foi cancelada no último momento por um sensor defeituoso, e a segunda por um vazamento de hidrogênio. Além disso, dois furacões - Ian e Nicole - provocaram o adiamento por várias semanas.
A cápsula acoplada ao foguete permanecerá em uma órbita por quase uma semana, aventurando-se por até 64 mil quilômetros no lado oculto da Lua. Em seguida, a Orion iniciará o retorno à Terra e testará seu escudo térmico, o maior já construído. Ao atravessar a atmosfera, a cápsula terá que suportar temperaturas que alcançam metade da temperatura da superfície do Sol.
O pouso está previsto para 11 de dezembro, no Oceano Pacífico.
Missão Artemis II e III
O SLS inaugura uma nova era de exploração humana no espaço. Em 2024, a missão Artemis II será tripulada, mas sem pousar no satélite. A honra de pisar na Lua será apenas dos astronautas da Artemis 3, provavelmente em 2025.
O projeto Artemis planeja ter uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lula e uma base em seu polo sul.
O objetivo é testar novos equipamentos como trajes, veículos, uma minicentral elétrica ou testar o uso de água gelada no local. Tudo isto com o objetivo de estabelecer uma presença humana duradoura no satélite natural da Terra.
A meta final do experimento é um voo tripulado para Marte em 2030. Esta viagem, de uma escala completamente diferente, demoraria pelo menos dois anos para ser concluída.
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