CLIMA

Na reta final, COP27 apressa o passo para fechar negociações decisivas

As quase 200 delegações no balneário egípcio debatem a criação de um fundo específico nos quais os países ricos pagariam para cobrir os danos e perdas sofridas pelos países pobres, mais vulneráveis à mudança climática

A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, começou a semana decisiva de negociações para a redação do texto final, que deve ser divulgado entre sexta-feira e sábado. As quase 200 delegações no balneário egípcio debatem a criação de um fundo específico nos quais os países ricos pagariam para cobrir os danos e perdas sofridas pelos países pobres, mais vulneráveis à mudança climática. As partes têm até 2024 para criar eventualmente esse novo mecanismo financeiro.

Além disso, intensificam-se as discussões sobre o comprometimento das nações com a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. "Resta muito trabalho pela frente se quisermos obter resultados significativos. É preciso mudar de velocidade", disse, ontem, Sameh Choukri, chefe da diplomacia egípcia e presidente em exercício da COP27, ao fazer um balanço das negociações globais. Choukri anunciou a intensificação das conversas para tentar deixar "poucos temas em aberto" na quarta-feira à noite, e entrar na reta final.

Cooperação

A Casa Branca divulgou, ontem, uma retomada da cooperação entre os Estados Unidos e a China contra as mudanças climáticas, após a reunião que o presidente americano, Joe Biden, manteve na Indonésia com seu homólogo chinês, Xi Jinping. "Um anúncio feito pelos dois maiores emissores de gases do efeito estufa é um alívio", disse Ani Dasgupta, presidente do instituto de pesquisa World Resources Institute, com sede em Washington.

De acordo com vários observadores, a China, o maior emissor mundial, e a Arábia Saudita, potência petrolífera, manifestaram mais uma vez as ressalvas de que a declaração final cite a meta de 1,5°C, e insistem em conter o aquecimento global "claramente abaixo de 2°C". Na conferência anterior, em Glasgow, os países se comprometeram com o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris de 2015. Porém, até ontem, nenhum país, exceto o México, anunciou mudanças nas metas de redução de emissões até 2030.

 

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