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'Cobra solar' é flagrada deslizando pela superfície do Sol; veja vídeo

A captação foi feita por meio do Solar Orbiter, um aparelho lançado pela ESA em fevereiro de 2020 para observar de forma próxima e exclusiva a superfície do Sol

Talita de Souza
postado em 18/11/2022 18:51
 (crédito: NASA/SDO/AIA)
(crédito: NASA/SDO/AIA)

Um registro inédito da superfície do Sol flagrou o momento em que uma "cobra solar" desliza pela atmosfera tortuosa da grande estrela. Segundo a Agência Espacial Europeia, que captou a movimentação, o fenômeno se refere a uma junção de gases frios sem elétrons impulsionados pelos campos magnéticos do Sol que “serpentearam” de um ponto a outro do Sol. Veja o momento:


A captação foi feita por meio do Solar Orbiter, um aparelho lançado pela ESA em fevereiro de 2020 para observar de forma próxima e exclusiva a superfície do Sol. Desde o início da missão, a cobra de gases atmosféricos foi o fenômeno mais poderoso visto pelos astrônomos.

A captação foi feita por meio do Solar Orbiter, um aparelho lançado pela ESA em fevereiro de 2020 para observar de forma próxima e exclusiva a superfície do Sol. Desde o início da missão, a cobra de gases atmosféricos foi o fenômeno mais poderoso visto pelos astrônomos.

Funciona assim: o Sol, por ter temperaturas acima de um milhão de graus centígrados, não possui gás na atmosfera, e sim plasma – que nada mais é do que um novo estado material dos gases. Neste estado da matéria, o gás passa a perder elétrons e torna o elemento eletricamente carregado, uma condição perfeita para ser transportado pelos campos magnéticos do Sol.

O Solar Orbiter, então, registrou o momento em que o tubo de plasma mais frio é levado por um longo campo magnético na superfície solar, que começa em um lado da estrela e termina no outro. Apesar da rapidez em que é vista no vídeo, o percurso da “cobra” durou três horas.

“O filme foi construído como um lapso de tempo a partir de imagens do Extreme Ultraviolet Imager a bordo do Solar Orbiter. Na verdade, a cobra levou cerca de três horas para completar sua jornada, mas pelas distâncias envolvidas ao cruzar a superfície solar, o plasma deve ter viajado a cerca de 170 quilômetros por segundo”, detalhou a ESA em um comunicado.

Fenômeno pode ter sido o início de poderosa erupção

Mais do que exuberante aos olhos, o fenômeno da cobra solar chamou a atenção dos astrônomos por preceder uma grande erupção na superfície do sol. Momentos após a aparição da cobra, o ponto de partida dela entrou em erupção, “ejetando bilhões de toneladas de plasma no espaço” – o que a fez ser “um dos eventos de partículas energéticas solares mais intensos detectados até agora” pelo Detector de Partículas Energéticas do Solar Orbiter.

Os cientistas agora buscam analisar se a erupção causou a cobra deslizante ou se foi a serpente que provocou a erupção. Para descobrir a resposta, os pesquisadores terão dados do plasma dessa erupção captados pela aeronave Parker Solar Probe, da Nasa, atingida pela explosão.

“Ser capaz de ver uma erupção ocorrer e depois coletar amostras dos gases ejetados, seja com seus próprios instrumentos ou com os de outra espaçonave, é um dos principais objetivos científicos do Solar Orbiter. Isso permitirá uma melhor compreensão da atividade solar e da maneira como ela cria o “clima espacial”, que pode atrapalhar os satélites e outras tecnologias na Terra”, comemora os especialistas da ESA.

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