SAÚDE

Estudo explica os mecanismos responsáveis por danos neurológicos pós-covid

Os cientistas analisaram as estruturas cerebrais e observaram os participantes 13 meses após a infecção para identificar sinais duradouros de danos

Correio Braziliense
postado em 14/11/2022 15:58 / atualizado em 22/11/2022 11:47
A equipe constatou que a resposta inflamatória do vírus é tão forte que se espalha para o sistema nervoso central -  (crédito:  Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A equipe constatou que a resposta inflamatória do vírus é tão forte que se espalha para o sistema nervoso central - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pesquisadores da Universidade de Basileia e do Hospital Universitário de Basileia, na Suíça, estudaram os mecanismos responsáveis pelos danos neurológicos causados pela covid-19. O estudo contou com 40 pacientes infectados pela doença e em diferentes graus de sintomas neurológicos. Os cientistas analisaram as estruturas cerebrais e observaram os participantes por 13 meses após a infecção para identificar sinais duradouros de danos.

A equipe de pesquisadores também comparou o líquido cefalorraquidiano (relacionado ao sistema nervoso central) e o plasma sanguíneo dos indivíduos com amostras de um grupo de controle. No grupo de participantes com sintomas neurológicos mais graves, o estudo identificou ligação com a resposta imune excessiva. Os pesquisadores também encontraram anticorpos relacionados a uma reação autoimune.

“Suspeitamos que esses anticorpos cruzam a barreira hematoencefálica porosa até o cérebro, onde causam danos”, explica professor Gregor Hutter. Eles também identificaram a ativação excessiva das células imunes especificamente responsáveis pelo cérebro, a micróglia.

A equipe constatou que a resposta inflamatória do vírus é tão forte que se espalha para o sistema nervoso central. “Conseguimos vincular a assinatura de certas moléculas no sangue e no líquido cefalorraquidiano a uma resposta imune avassaladora no cérebro e redução do volume cerebral em certas áreas, bem como sintomas neurológicos”, diz Hutter.

O estudo foi publicado na Nature Communications e pode ser acessado e lido na íntegra neste link. 

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