COP27

COP-27: Eua propõem plano de compensação para países em desenvolvimento

O plano de compensação terá contribuições públicas e privadas, disse o enviado climático dos Estados Unidos, e alguns países, como Chile, já demonstraram interesse

Paloma Oliveto
postado em 10/11/2022 06:00
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

Depois de dois dias de discursos na Cúpula dos Líderes, as negociações na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) em Sharm el-Sheik, no Egito, aconteceram, ontem, a portas fechadas. Em uma semana crítica para a discussão sobre financiamento, o enviado climático dos Estados Unidos, John Kerry, anunciou uma iniciativa global de comércio de créditos de carbono para países em desenvolvimento fazerem a transição para formas mistas de energia.

O plano de compensação terá contribuições públicas e privadas, disse Kerry, e alguns países, como Chile, já demonstraram interesse. "Nossa intenção é colocar o mercado de carbono para trabalhar para empregar capital e acelerar a transição de energia suja para a limpa especificamente, para aposentar a energia a carvão e acelerar a construção de energias renováveis", disse. Porém, créditos de carbono levantam desconfiança de ambientalistas e especialistas em políticas climáticas porque, basicamente, significa investir na descarbonização de nações em desenvolvimento em troca de reduzir mais timidamente as próprias emissões de gases de efeito estufa.

Informalmente, Estados Unidos e China conversaram, disse o enviado climático do país asiático à COP27, Xie Zhenhua. Porém, o diplomata criticou a postura norte-americana quanto à criação de um fundo que compense nações em desenvolvimento e emergentes pelos danos já causados devido às mudanças climáticas. Segundo Xie, os EUA "fecharam as portas" para as negociações climáticas e precisam reabri-las.

O mecanismo citado pelo negociador da China, o de perdas e danos, começa a avançar em Sharm el-Sheikh depois de entrar, pela primeira vez, na agenda oficial de uma COP. A Alemanha anunciou uma contribuição de 170 milhões de euros, a Dinamarca se comprometeu com 13 milhões. Já a Irlanda prometeu 10 milhões, a Áustria, 50 milhões, a Escócia, 7 milhões, e a Bélgica, 2,5 milhões.

"Seria justo que os principais poluidores, particularmente aqueles envolvidos no uso histórico de combustíveis fósseis, seguissem o exemplo", disse o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, que preside a Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis), citado pela agência France-Presse.

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