Indenização por danos entra na pauta

Correio Braziliense
postado em 08/11/2022 06:00
 (crédito: SIMON MAINA)
(crédito: SIMON MAINA)

Fortemente defendido pelos países em desenvolvimento, o tema "perda e danos" entrou para a agenda oficial da COP27, com a aceitação, por unanimidade, dos governantes que participam da Cúpula dos Líderes, em Sharm el-Sheikh, no Egito. A ideia é a criação de um fundo específico para reduzir os impactos negativos dos efeitos do aquecimento global, como secas, inundações e fenômenos meteorológicos extremos, em países pobres.

Enquanto os países do G77, liderado atualmente pelo Paquistão, insistem em compensações rápidas, considerando que eventos do tipo batem recordes ano a ano, é possível que ele nem seja criado. As nações ricas, que não simpatizam com o pagamento de indenizações pelos danos gerados pela atividade industrial, teriam até dois anos para levantar os recursos.

Dirigindo-se aos cerca de 100 líderes mundiais que estavam ontem na COP27, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentou um plano de investimentos para a criação de sistemas de previsão, preparação, alerta e resposta a desastres. A iniciativa, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), e que contou com apoio de 50 países inicialmente, prevê o direcionamento de US$ 3,1 bilhões (6% dos US$ 50 bilhões do fundo climático voltados à adaptação) entre 2023 e 2027.

"As emissões cada vez maiores de gases de efeito estufa estão sobrecarregando os eventos climáticos extremos em todo o planeta. Essas calamidades crescentes custam vidas e centenas de bilhões de dólares em perdas e danos. Três vezes mais pessoas são deslocadas por desastres climáticos do que por guerras. Metade da humanidade já está na zona de perigo", disse Guterres.

Sistemas de alerta

De acordo com a OMM, metade dos países em todo o mundo não tem sistemas de alerta precoce nem planos de emergência para eventos do tipo. A cobertura é pior em nações em desenvolvimento que mais sofrem os efeitos das alterações climáticas, os grupos dos Países Menos Desenvolvidos e dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

"A iniciativa oferece uma oportunidade para os países aumentarem significativamente sua compreensão do risco, que é a base para todos os esforços de construção de resiliência", destacou Mami Mizutori, chefe do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres. "Por essas e outras razões, a implementação desse plano de ação é fundamental para salvar vidas. O secretário-geral Guterres nos forneceu a visão, e a OMM nos forneceu 'o como'. Cabe a todos nós, agora, tornar isso uma realidade", disse. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE