Mais incêndios no Ártico

Correio Braziliense
postado em 04/11/2022 06:00
 (crédito: Agência Espacial Europeia/Divulgação )
(crédito: Agência Espacial Europeia/Divulgação )

O aquecimento global deverá aumentar "dramaticamente" os incêndios florestais no Ártico, nas próximas décadas, potencialmente liberando enormes estoques de carbono orgânico de turfeiras queimadas na atmosfera, de acordo com um estudo publicado na revista Science. Usando dados de satélite, Adrià Descals, do Centro de Pesquisa Ecológica e Aplicações Florestais, na Espanha, descobriu que eventos do tipo na porção siberiana da região queimaram quase 4,7 milhões de hectares em 2019 e 2020, o que representou 44% da área total incendiada no local, nos últimos 40 anos.

De acordo com Descals e os colaboradores, as temperaturas no Ártico — uma das regiões de aquecimento mais rápido do planeta — podem estar caminhando para um limite em que pequenas elevações podem resultar em aumentos exponenciais na área queimada. Os solos do Ártico armazenam grandes quantidades de carbono orgânico, muito do qual está na forma de turfeiras, lembram os autores do artigo.

Embora muitas vezes congelado ou inundado, o solo das turfeiras derrete e seca devido ao aquecimento do clima, aumentando a probabilidade de grandes incêndios florestais. A queima desses ambientes ricos em carbono libera o gás na atmosfera na forma de dióxido de carbono, alimentando um ciclo de retroalimentação desses eventos.

A equipe de Descals usou seis mapas derivados de dados de satélite para avaliar a área queimada anual, no Ártico Siberiano, no período de 1982 a 2020, e os combinou com uma análise de 10 fatores climáticos associados à probabilidade de incêndios, incluindo temperatura e precipitação. Eles descobriram que as taxas mais altas foram em 2019 e 2020, representando 44% de toda a área total queimada no período de estudo, de quase 40 anos. Os incêndios liberaram quase 150 milhões de toneladas de carbono na atmosfera.

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