Cientistas e astrônomos do Southwest Research Institute (SwRI), nos Estados Unidos, podem ter encontrado uma explicação para a composição dos anéis de Saturno.
Foram analisados mais de 41 observações de ocultação solar dos anéis do planeta registrados pela missão Cassini, da Nasa. A sonda decolou da Terra em 1997 e foi a espaçonave que chegou mais próxima de Saturno, sete anos depois.
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Esses dados coletados mostram que detalhes sobre a "família" de luas geladas que orbitam o planeta e sobre seus anéis, mesmo que não possam cravar ainda a origem deles. "As evidências indicam que os anéis são relativamente jovens e podem ter se formado a partir da destruição de um satélite gelado ou de um cometa. No entanto, para apoiar qualquer teoria de origem, precisamos ter uma boa ideia do tamanho das partículas que compõem os anéis", explica Stephanie Jarmak, pesquisadora do Divisão de Ciências Espaciais do SwRI.
Os especialistas precisaram determinar o tamanho das partículas dos anéis usando a ferramenta Ultraviolet Imaging Spectrograph (UVIS) quando estava apontada diretamente para o sol.
Eles perceberam então que as partículas do anel bloquearam parcialmente o caminho da luz, proporcionando uma medição direta da profundidade óptica, um parâmetro chave para determinar o tamanho e a composição das partículas do anel.
Foram investigadas também as variações na profundidade óptica das observações de ocultação, que podem ajudar a determinar o tamanho e a composição das partículas dos anéis. "Durante uma ocultação, a luz emitida por uma fonte de fundo, como o Sol, é absorvida e espalhada pelas partículas no caminho da luz. A quantidade de luz bloqueada pelas partículas do anel fornece uma medição direta da profundidade óptica do anel", explicaram os especialistas em comunicado.
Além disso, os pesquisadores salientam que a profundidade óptica é vital para entender a estrutura dos anéis. "A pesquisa mediu a profundidade óptica em função da geometria de visualização, que se refere aos ângulos de observação do sistema de anéis em relação à sonda Cassini. À medida que a luz que passa pelos anéis muda em vários ângulos, os cientistas podem formar uma imagem das estruturas dos anéis", pontuaram também.
“Os sistemas de anéis em torno de planetas gigantes também fornecem bancos de teste para investigar propriedades e processos físicos fundamentais em nosso sistema solar em geral”, disse Jarmak.
Ele indica ainda que é possível que essas partículas sejam o resultado de objetos colidindo, se formando em um disco e construindo partículas maiores. "Compreender como eles formam esses sistemas de anéis pode nos ajudar a entender como os planetas também se formam", garantiu o especialista.
Lua "desgovernada" pode ter dado origem aos anéis de Saturno
A destruição de uma antiga lua de Saturno há cerca de 160 milhões de anos pode ter sido determinante para características marcantes de um dos maiores planetas do Sistema Solar, de acordo com um estudo publicado na revista Science. A análise também levou em conta dados coletados pela sonda Cassini e simulações numéricas levaram o grupo, liderado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, a obter novas explicações sobre o surgimento dos famosos anéis de Saturno e sua curiosa inclinação.
Batizada de Crisálida, a lua ficou instável, entrou no campo de gravidade do planeta e se desintegrou. Alguns pedaços podem ter atingido Saturno. Outros podem ter ficado suspensos em órbita e dado origem aos famosos anéis.
Até então, acreditava-se que esses sistemas haviam surgido há menos de 100 milhões de anos. “Assim como a crisálida de uma borboleta, esse satélite estava há muito adormecido. De repente se tornou ativo, e os anéis surgiram”, resume, em nota, Jack Wisdom, que foi o principal autor do estudo.