Foi no continente africano que os primeiros Homo Sapiens apareceram. O encontro com os "primos" hominídeos, os Neandertais, ocorreu durante chegada à Europa, entre 50 e 30 mil anos atrás. Porém, o aparecimento de uma variante da espécie não significou o completo desaparecimento de outra. De acordo com o artigo científico publicado na revista norte-americana Science Reports, Neandertais e Homo Sapiens dividiram o mesmo espaço por, pelo menos, 2,8 mil anos.
Com as recentes descobertas feitas por meio de amostras de ossos, carvão e pedaços de objetos, foi mostrado que a espécie dos Homo Sapiens pode ter feito a migração para o continente europeu 54 mil anos atrás. A data "prevista", contudo, não bate com a data de desaparecimento dos Neandertais — que foi a quase 14 mil anos atrás. Entretanto, ainda de acordo com o estudo, pouco se sabe como e se ocuparam a mesma região, e por qualquer tempo.
Os principais locais estudados pelos pesquisadores foram o norte da Espanha e da França, regiões em que os Neandertais podem ter vivido.
Para fundamentar a análise, os pesquisadores coletaram relíquias atribuídas às duas espécies hominídeas de sítios arqueológicos da França e da Espanha. Após isso, utilizaram uma forma de análise recorrente em estudos arqueológicos: o modelo de estimação linear — na sigla em inglês, OLE (optimal linear estimation models). Com isso, conseguiram estimar datas — do mais antigo ao mais recente — que poderiam "prever" se os humanos e os Neandertais viveram juntos na mesma região.
Extinção
Com análises de material encontrado na França até a Bélgica, percebeu-se que, provavelmente, a espécie Neandertal foi extinta da região entre 40.870 e 40.457 anos atrás. Isso sugere a possibilidade da coexistência das duas espécies no oeste europeu por 2,8 mil anos.
Contudo, segundo os especialistas, é difícil ou até impossível falar de um "primeiro" ou "último" ser de alguma espécie ou de alguma "tradição cultural" somente com a análise dos arquivos arqueológicos que existem atualmente. A forma de interação entre as duas espécies de hominídeos — ou se sequer mantinham alguma — ainda segue uma incógnita para os pesquisadores.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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