Exploração Espacial

Telescópio na Terra captura imagens inéditas das luas de Júpiter; veja

Novas imagens dos satélites Europa e Ganymede garantiram novas percepções sobre a composição química dessas luas geladas

Correio Braziliense
postado em 11/10/2022 17:55 / atualizado em 11/10/2022 17:56
Esta Imagem mostra duas das luas de Júpiter, as geladas Ganimedes e Europa, que foram fotografadas no infravermelho usando o instrumento SPHERE no Very Large Telescope do ESO -  (crédito: ESO/King & Fletcher. Jupiter bac)
Esta Imagem mostra duas das luas de Júpiter, as geladas Ganimedes e Europa, que foram fotografadas no infravermelho usando o instrumento SPHERE no Very Large Telescope do ESO - (crédito: ESO/King & Fletcher. Jupiter bac)

Um telescópio na Terra conseguiu flagrar imagens detalhadas das duas maiores luas de Júpiter, Europa e Ganymede, e que também serão destinos futuros para missões exploratórias do planeta do Sistema Solar.

Júpiter é orbitado por quatro luas ao todo, sendo Europa e Ganymede as duas maiores. A primeira é semelhante em tamanho da Lua da Terra enquanto a Ganimedes é a maior lua de todo o Sistema Solar.

Nas novas imagens, os astrônomos observaram a quantidade de luz solar refletida das superfícies dos astros em diferentes comprimentos de onda infravermelhos, produzindo um espectro de refletância. Esses espectros de refletância depois foram analisados por um modelo de computador que compara cada espectro observado com espectros de diferentes substâncias que foram medidas em laboratórios.

As imagens surpreendentes e as análises dos especialistas foram publicadas na revista científica Planetary Science Journal.

O que foi encontrado

Os pesquisadores explicam que eles mapearam as distribuições dos diferentes materiais na superfície do planeta incluindo a geada de ácido sulfúrico, encontrada principalmente no lado de Europa que é mais fortemente bombardeado pelos gases que cercam Júpiter. “A modelagem descobriu que pode haver uma variedade de sais diferentes presentes na superfície, mas sugeriu que a espectroscopia de infravermelho por si só é geralmente incapaz de identificar quais tipos específicos de sal estão presentes”, explica Oliver King, um dos autores do estudo.

Já as observações de Ganymede — registradas pelo instrumento SPHERE no Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile — mostram como o terreno da lua pode ser dividido em dois: terreno jovem rico em água e gelo e terreno antigo com composições desconhecidas.

“Isso nos permitiu realizar um mapeamento detalhado de Europa e Ganymede, observando características em suas superfícies com menos de 150 km de diâmetro — tudo a distâncias de mais de 600 milhões de quilômetros da Terra. O mapeamento nessa escala fina era anteriormente apenas possível enviando espaçonaves até Júpiter para observar as luas de perto", afirmou King.

Para os especialistas “essas observações terrestres aguçam o apetite para nossa futura exploração das luas de Júpiter”, garantem.

Veja as imagens:

  • Esta imagem mostra a lua gelada de Júpiter, Europa, capturada em dezembro de 2014 no infravermelho usando o instrumento SPHERE no Very Large Telescope do ESO. ESO/King & Fletcher
  • Esta Imagem mostra duas das luas de Júpiter, as geladas Ganimedes e Europa, que foram fotografadas no infravermelho usando o instrumento SPHERE no Very Large Telescope do ESO. ESO/King & Fletcher. Jupiter bac
  • Esta imagem mostra a lua gelada de Júpiter, Ganimedes, capturada em fevereiro de 2015 no infravermelho usando o instrumento SPHERE no Very Large Telescope do ESO. As diferentes regiões coloridas fornecem pistas sobre a composição e a história da lua. ESO/King & Fletcher

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