Ciência

O maior asteroide que atingiu a Terra tinha 25 quilômetros de largura

Uma nova pesquisa recalculou o tamanho do asteroide anteriormente calculado com apenas 15 quilômetros de largura

Correio Braziliense
postado em 03/10/2022 14:18 / atualizado em 03/10/2022 14:22
 (crédito: Lauren Dauphin, using Landsat data from the U.S. Geological Survey.)
(crédito: Lauren Dauphin, using Landsat data from the U.S. Geological Survey.)

Antes da existência das árvores, quando a Terra era habitada apenas por organismos unicelulares, o maior asteroide que já atingiu nosso planeta caiu perto do que hoje conhecemos como Joanesburgo, na África do Sul, formando a cratera Vredefort. As informações são do IFL Science.

Com um tamanho estimado de cratera entre 250-280 quilômetros após o primeiro impacto, o tamanho do asteroide foi originalmente calculado em cerca de 15 quilômetros de diâmetro. No entanto, uma nova pesquisa da Universidade de Rochester sugere que o tamanho recalculado está mais próximo de 25 quilômetros.

A equipe usou um programa de física de colisão chamado Simplified Arbitrary Langrangian Eulerian (iSALE) para calcular o tamanho do asteroide necessário para criar um impacto na escala da cratera Vredefort.

Eles descobriram que a estimativa de diâmetro original produziria uma medição do local de impacto de cerca de 172 quilômetros. Para chegar ao número real de 250-280 quilômetros, o impacto teria que ser muito maior.

As estimativas do efeito que esse impacto pode ter tido no meio ambiente da Terra podem ser extraídas do que já sabemos sobre as consequências do impacto da cratera de Chicxulub.

Considerada a causa da extinção em massa dos dinossauros, a cratera Chicxulub foi criada por um asteroide de 10 quilômetros que destruiu 75% das espécies de plantas e animais na Terra há 66 milhões de anos.

Para a sorte de todos os seres vivos, não havia muitos há cerca de 2 bilhões de anos. Apesar de não ser a causa de um evento de extinção em massa, acredita-se que o impacto de Vredefort poderia ter um efeito maior no clima global do que o impacto de Chicxulub.

As grandes quantidades de poeira criadas pela colisão do asteroide poderiam bloquear o sol, em um período entre horas e décadas. Isso poderia fazer com que a temperatura da superfície da Terra esfriasse consideravelmente. À medida que a poeira assentasse, o dióxido de carbono emitido pelo impacto poderia, por sua vez, causar o aumento da temperatura do planeta em vários graus.

Impactos desse tamanho e desse período de tempo são significativos para aprofundar nossa compreensão do layout geográfico da Terra há 2 bilhões de anos.

Ao estudar o material ejetado da cratera de Vredeford, os pesquisadores conseguiram combinar amostras com as coletadas da atual Carélia, na Rússia. Eles estimaram a distância das duas massas de terra em cerca de 2.000 a 2.500 quilômetros no momento do impacto.

Além ajudar a entender melhor como era o planeta há 2 bilhões de anos, as informações coletadas de impactos desse tamanho permitem que os pesquisadores estudem os efeitos de outros grandes impactos planetários e estimem os efeitos potenciais de futuras colisões.

O estudo foi publicado no Journal of Geophysical Research: Planets.

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