A Nasa e a Agência Espacial Italiana (ASI) divulgaram, nesta quarta-feira (28/9), as primeiras imagens da colisão intencional da nave Dart contra o asteroide Dimorphos, ocorrida na última segunda-feira (26/9). As capturas foram feitas pelo LiciaCube, um satélite pequeno equipado de câmeras enviado ao espaço para capturar dados do impacto.
O LiciaCube acompanhou a operação de colisão e capturou o alvo, Dimorphos, antes e após o impacto. O asteroide, de apenas 160 metros de diâmetro, orbita outro asteroide, de maior tamanho, chamado Dídimos. Veja um gif feito pela Agência Espacial Italiana que reúne as duas imagens:
Para chegar até o alvo, a Dart navegou com foco no Dídimos e, minutos antes do impacto, passou a focar em Dimorphos. Às 20h14 da segunda-feira, a nave colidiu com a rocha a 15 mil milhas por hora — cerca de 24,1 mil quilômetros por hora — o que causou a destruição esperada da nave.
No registro do LiciaCube, é possível ver que, após a perda de sinal de Dart, um flash de luz brilhante ao redor do asteroide é visto, provocado por uma nuvem de detritos causada pelo impacto.
“O Dimorphos está completamente coberto por isso por essa emissão de poeira e detritos produzidos pelo impacto”, explicou Elizabeth Dotto, líder da equipe do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, que acompanhou a missão.
Denominada Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (Dart, em inglês), a missão foi a primeira da Nasa para testar um “sistema de defesa planetário”, no qual uma nave é construída e lançada contra asteroides para alterar a rota do objeto, caso essa ameaça a Terra.
Objetivo alcançado? Nasa ainda não tem a resposta
O LiciaCube continuará no espaço e acompanhará Dimorphus para verificar se o objetivo da colisão foi alcançado: diminuir a velocidade do asteroide para “encurtar a órbita em cerca de 1%, ou, cerca de 10 minutos”.
Telescópios terrestres também monitoram o asteroide para captar dados. Os cientistas afirmam que ainda não é possível determinar se a operação alcançou o objetivo, mas estão otimistas.
“Agora a ciência pode começar. A partir deste evento de impacto, podemos aprender mais sobre a mecânica dos impactos em pequenos corpos, transferência de momento e a capacidade de usar impactadores artificiais para empurrar asteroides para fora de suas órbitas”, pontua Katarina Miljkovic, Professora Associada do Centro de Ciência e Tecnologia Espacial da Universidade Curtin.