A Nasa concluiu, com sucesso, o primeiro teste de redirecionamento de asteroide feito na história. Às 20h14 desta segunda-feira (26/9), uma nave dirigida pela instituição colidiu, propositalmente, com o asteroide Dimorphos, no intuito de alterar a rota do objeto estelar.
Uma câmera anexada na nave transmitiu a aproximação dela com o asteroide até a perda de sinal, quando ela se chocou com o Dimorphos, conforme o planejado. Veja o momento:
A missão, denominada Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (Dart, em inglês), foi transmitida ao vivo no canal do YouTube da Nasa. A nave, que tem o mesmo nome da missão, colidiu em velocidade superior a 20 mil quilômetros por hora. "É tão incrível ver isso! É incrível", celebrou uma cientista da Nasa que comandava a transmissão.
Os cientistas que acompanhavam a missão estavam em êxtase. Não é para menos, já que, bem-sucedida, a missão protegerá a Terra e os seres humanos de qualquer ameaça de um objeto estelar do tipo no futuro. É, nas palavras da Nasa, "o primeiro sistema de defesa planetário do mundo". "Se houvesse um placar, que fique claro: humanidade 1 x 0 asteroide", pontuou uma pesquisadora.
A coordenadora da missão, a doutora em astronomia Nancy Chabot, comentou o sucesso da missão e pontua que é apenas o começo. "Nós finalmente fizemos o que planejávamos por anos. Todos juntos, cientistas dos EUA, de outros países. Estou muito honrada de estar nesse time", disse.
"Esse é apenas o começo, nos próximos dias, as câmeras da nossa nave parceira vai transmitir dados do impacto e poderemos avaliar se os efeitos foram o que queríamos", declara. A nave parceira citada por Nancy se chama LICIACube e foi apelidada de “mini-fotográfo”. Ela sobrevoou o local de impacto três minutos após a colisão para capturar imagens e documentar os efeitos por meio de duas câmeras.
A nave Dart foi criada pelo Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins e estava no espaço por 10 meses antes da colisão. Ela colidiu com um asteroide que “não é uma ameaça para a Terra”, garante a Nasa. Por esse motivo, a empresa afirma que o objeto era o ideal para fazer o teste da chamada técnica de impacto cinético. A ideia é desenvolver, testar e ter “na manga” uma forma de proteger a Terra de um asteroide que entre em rota de colisão com o planeta no futuro.