Nas imediações da Terra, há cerca de 25 mil asteroides catalogados, de diferentes tamanhos, e nenhum deles ameaça o nosso planeta pelos próximos 100 anos, segundo os cientistas. Esses corpos rochosos, porém, não estão sozinhos. Os maiores, com um quilômetro ou mais, foram quase todos avistados. Quanto aos menores, a estimativa dos estudiosos é de que cerca de 40% dos que medem 140 metros ou mais são conhecidos. O tamanho é suficiente para, em caso de uma colisão, devastar grandes áreas.
"Nosso trabalho mais importante é encontrar os que faltam", diz Lindley Johnson, agente de defesa planetária da agência espacial americana (Nasa). O também astrônomo enfatiza que, quanto antes for detectado esse tipo de ameaça, mais tempo os especialistas terão para determinar a melhor forma de desviá-los ou destruí-los.
Hoje, há, inclusive, uma limitação tecnológica para isso. Iniciada em novembro, a missão DART, baseada no impacto cinético capaz de desviar um asteroide, é a única forma de defender a Terra de um objeto que se aproxime dela. Outras ideias propostas incluem um "trator de gravidade" e uma missão para explodir o hipotético objeto com uma arma nuclear, mas estão mais distantes de serem concretizadas.
Por atração
No primeiro caso, se a aproximação de um objeto for detectada com anos, ou décadas, de antecedência, uma nave pode ser enviada para navegar a seu lado durante o tempo suficiente para desviar a sua trajetória, agindo por atração. Na avaliação de Tom Statler, cientista da missão DART, a vantagem desse método é a "total compreensão" dos seus processos. "Sabemos como funciona a gravidade", explica.
Uma das limitações pode ser a massa da nave espacial — esses tratores gravitacionais seriam menos eficientes para asteroides com mais 500 metros de diâmetro, que são os que representam maior ameaça. Em 2017, engenheiros da Nasa sugeriram que a nave espacial poderia extrair material do asteroide e, assim, melhorar a própria massa e, portanto, a gravidade.
Por explosão
A outra opção seria lançar bombas nucleares para redirecionar, ou destruir, o asteroide. "Essa pode ser a única estratégia efetiva para os asteroides assassinos de planetas maiores e mais perigosos, com mais de um quilômetro de diâmetro", indica um relatório da Nasa sobre o tema, acrescentando que a explosão pode ser o "último recurso" caso todos os outros métodos falhem. Armas atômicas são, no entanto, polêmicas, e sua utilização está proibida no espaço.
Diante das limitações tecnológicas atuais, Lindley Johnson destaca a importância da missão DART. A partir dela, serão "agregadas a nossas caixas de ferramentas métodos, aos quais se poderá recorrer no futuro."
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