A Nasa divulgou, na manhã desta quarta-feira (21/9), as imagens mais detalhadas de Netuno em mais de 30 anos. O registro foi feito pelo telescópio espacial James Webb. Detalhes dos anéis de Netuno não são captados desde 1989, quando a Voyager 2 se tornou a primeira espaçonave a observar o planeta.
“Já se passaram três décadas desde a última vez que vimos esses anéis fracos e empoeirados, e esta é a primeira vez que os vemos no infravermelho”, observa o cientista Heidi Hammel. O James Webb registrou sete das 14 luas conhecidas de Netuno: Galatea, Naiad, Thalassa, Despina, Proteus, Larissa e Triton.
O planeta foi descoberto em 1846 e, desde então, tem fascinado os pesquisadores. Ele é 30 vezes mais distante do Sol do que a Terra e orbita uma região escura e remota do Sistema Solar. Devido à composição química, Netuno é descrito como um gigante de gelo.
Saiba Mais
Além disso, o planeta é rico em elementos mais pesados que hidrogênio e hélio, o que explica a aparência azulada do corpo celeste nas imagens do James Webb em comprimentos de ondas visíveis.
"A câmera Near-Infrared Camera (NIRCam) do Webb cria objetos na faixa do infravermelho próximo de 0,6 a 5 mícrons, de modo que o Netuno não pareça azul para o Webb. Na verdade, o gás metano absorve tão fortemente a luz vermelha e infravermelha que o planeta fica bastante escuro nesses comprimentos de onda do infravermelho próximo, exceto onde nuvens de alta altitude estão presentes", explicou a Nasa e a Agência Espacial Europeia, em comunicado.
A lua Tritão se destaca nas imagens. Ela reflete cerca de 70% da luz solar que a atinge e orbita Netuno em uma órbita retrógrada, considerada incomum. Astrônomos especulam se Tristão não era, originalmente, um objeto do cinturão Kuiper que foi capturado gravitacionalmente por Netuno. Por isso, o telescópio James Webb fará estudos adicionais de Tritão e Netuno nos próximos anos.