SAÚDE

Parar de tomar aspirina com anticoagulante pode reduzir risco de sangramento

Com a aspirina usada com menos frequência, o risco de uma complicação hemorrágica caiu em 32,3%. Pesquisadores alertam que o uso do medicamento deve ser prescrito por médicos

Estudo realizado pelo centro médico Michigan Medicine, nos Estados Unidos, constatou que, quando pacientes que tomam anticoagulantes prescritos param de tomar aspirina, o risco de complicações hemorrágicas diminui significativamente. Os pesquisadores analisaram mais de 6.700 pessoas que tratam tromboembolismo venoso, ou coágulos sanguíneos, assim como fibrilação atrial. Eles foram tratados com varfarina, mas também tomaram aspirina apesar de não terem histórico de doença cardíaca.

“Sabemos que a aspirina não é uma droga panaceia como se pensava e pode, de fato, levar a mais eventos hemorrágicos em alguns desses pacientes, por isso trabalhamos com as clínicas para reduzir o uso de aspirina entre pacientes para os quais pode não ser necessário”, disse Geoffrey Barnes, autor do estudo e cardiologista da Universidade de Michigan Health Frankel Cardiovascular Center.

Ao longo da intervenção do estudo, o uso de aspirina entre os pacientes diminuiu 46,6%. Com a aspirina usada com menos frequência, o risco de uma complicação hemorrágica caiu em 32,3%. Essa redução é fundamentada em vários estudos anteriores.

“Quando começamos este estudo, já havia um esforço dos médicos para reduzir o uso de aspirina, e nossas descobertas mostram que acelerar essa redução evita complicações hemorrágicas graves que, por sua vez, podem salvar a vida dos pacientes”, disse Barnes, que também é um professor associado de medicina interna na UM Medical School.

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O princípio ativo da aspirina é o ácido acetilsalicílico. A medicação tem ação anti-inflamatória, antitérmica e analgésica. Pacientes com histórico de acidente vascular cerebral isquêmico, ataque cardíaco ou um stent colocado no coração para melhorar o fluxo sanguíneo se beneficiam do uso da aspirina.

No entanto, os pesquisadores alertam para os riscos do uso desnecessário do medicamento. “Muitas dessas pessoas provavelmente estavam tomando aspirina para prevenção primária de ataque cardíaco ou derrame, que agora sabemos que é menos eficaz do que se acreditava, e ninguém as tirou quando começaram a varfarina. Essas descobertas mostram o quão importante é tomar aspirina apenas sob a orientação de seu médico e não começar a tomar medicamentos de venda livre, como aspirina, até que você revise com sua equipe de atendimento se o benefício esperado supera o risco”, explica o hematologista Jordan Schaefer.

“Embora a aspirina seja um medicamento incrivelmente importante, ela tem um papel menos amplamente utilizado do que há uma década”, conclui Barnes. A pesquisa pode ser acessada na íntegra neste link.

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