No Japão, uma equipe de pesquisadores projetaram um sistema capaz de criar baratas ciborgues, isto é, parte inseto e parte máquina. A barata poderá ser controlada remotamente, por meio de um módulo de controle sem fio recarregável, alimentado por uma célula solar. O sistema tem como objetivo a inspeção de áreas perigosas e monitoramento do meio ambiente.
“O módulo de célula solar orgânica ultrafina montada no corpo atinge uma potência de 17,2 mW, que é mais de 50 vezes maior do que a potência dos atuais dispositivos de coleta de energia de última geração em insetos vivos”, explica Kenjiro Fukuda. O dispositivo tem a espessura ultrafina de 0,004 mm.
Para integrar, com sucesso, esse dispositivo no corpo da barata, os cientistas tiveram que criar um sistema de adesão que mantivesse o módulo conectado por longo período de tempo e que também permitisse os movimentos naturais do inseto.
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Além disso, a equipe desenvolveu uma mochila especial para prender o módulo de controle e a bateria de polímero de lítio. A mochila foi impressa em 3D e se acomodou perfeitamente à superfície curva do corpo da barata.
“Considerando a deformação do tórax e do abdômen durante a locomoção básica, um sistema eletrônico híbrido de elementos rígidos e flexíveis no tórax e dispositivos ultramacios no abdômen parece ser um projeto eficaz para baratas ciborgues. Além disso, como a deformação abdominal não é exclusiva das baratas, nossa estratégia pode ser adaptada a outros insetos como besouros, ou talvez até insetos voadores como cigarras no futuro", disse Fukuda.
De acordo com os pesquisadores do RIKEN Cluster for Pioneering Research, a descoberta ajudará a tornar o uso de insetos ciborgues uma realidade prática. A pesquisa foi publicada no periódico npj Flexible Electronics e pode ser acessada na íntegra neste link.