Um outro estudo, com a participação de um cientista brasileiro, está em andamento, com objetivo de melhorar a função cognitiva de pessoas com síndrome de Down. Em janeiro, o grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista The Lancet Neurology, descrevendo como a memantina, um medicamento atualmente indicado para a doença de Alzheimer, poderá ser uma opção de tratamento no futuro.
A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos e no Brasil, com a participação de dois cientistas brasileiros: Alberto Costa, líder do estudo e pesquisador da Universidade da Reserva de Case Western, nos EUA, e Ana Cláudia Brandão, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Participaram 160 pessoas com trissomia do cromossomo 21 com idades entre 15 e 32 anos. Metade recebeu a medicação, e o restante, placebo. Nem os médicos nem os voluntários sabiam que, de fato, estava no grupo da memantina.
Passadas 16 semanas, os pacientes que apresentaram níveis da substância no sangue acima do recomendado clinicamente apresentaram melhora no desempenho cognitivo em testes de avaliação. Já aqueles com taxas normais não tiveram incremento nas habilidades avaliadas.
"Se a melhora cognitiva se confirmar em estudos posteriores, o impacto social do tratamento será gigante, pois afeta o desempenho das pessoas com trissomia do cromossomo 21 na escola e no trabalho, e pode ajudá-las a demonstrar seu potencial", afirmou Laís Fleury, diretora do Alana Foundation, que financiou o estudo.