Em até 25 anos os habitantes da Terra descobrirão que não são os únicos seres vivos no Universo — é o que acredita o astrofísico suíço Sasha Quanz. Para o pós-doutor em astronomia, é uma questão de probabilidade e de tempo para construir equipamentos de observação espacial mais eficazes para encontrar vida extraterrestre fora do Sistema Solar.
A declaração foi feita nesta terça-feira (20/9), durante um discurso na abertura do Centro de Origem e Prevalência da Vida, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique.
Mais do que otimismo, Sasha afirma que se baseia nas características dos exoplanetas descobertos desde 1995, que mostram semelhança com a Terra. "Estatisticamente, cada estrela hospeda um planeta e muitos desses planetas têm tamanhos semelhantes à Terra. Muitos deles estão separados da estrela, onde a energia que recebem da estrela é muito semelhante à que a Terra recebe do Sol”, explica o pós-doutor em astronomia.
De lá para cá, mais de 5 mil exoplanetas foram descobertos e "estamos descobrindo novos quase todos os dias". No entanto, o astrofísico diz que, até o momento, não há equipamento com nível de detalhamento suficiente para explorar com profundidade a atmosfera desses possíveis celeiros de vida. Isso pode mudar, de acordo com Sasha, com o lançamento do Extremely Large Telescope (ELT), que está em construção no deserto de Atacama, no Chile.
O observador espacial terá um espelho de 39 metros de comprimento, o que, segundo Sasha, é significantemente mais poderoso do que o do James Webb — maior telescópio espacial em operação no Universo. Em 24 de agosto, por exemplo, Webb foi o primeiro a fazer uma observação "sem precedentes", segundo a Nasa, do exoplaneta TOI-1452 b, que é coberto de uma espessa camada de água.
"O principal objetivo do ELT é tirar a primeira foto de um planeta terrestre (fora do nosso Sistema Solar), potencialmente semelhante à Terra, em torno de uma das estrelas mais próximas", acrescentou.
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Da Terra, os cientistas deverão analisar os novos objetos identificados pelo telescópio com auxílio de outras disciplinas que possam auxiliar a encontrar rastros de organismos vivos na atmosfera do planeta.
“A composição das atmosferas dos exoplanetas que abrigam vida são alteradas, assim como a vida biológica alterou a atmosfera da Terra e a faz ser diferente de outros planetas sem vida”, diz.
Caso algum dos objetos mostre chances de ter um rastro de vida, Sasha já sugere um plano para averiguar o exoplaneta. "Se um candidato promissor for identificado, uma missão da Agência Espacial Européia (ESA), poderá fazer o resto do trabalho", sugere o professor.
"Acredito que, dessa forma, trabalhando juntos nos permitirá avaliar empiricamente se alguns dos planetas terrestres por aí mostram indicações de atividade biológica fora do Sistema Solar nos próximos 25 anos”, concluiu.
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