ARQUEOLOGIA

Novas escavações arqueológicas mostram vida de primeiros humanos modernos

Escavações arqueológicas na Romênia fornecem informações sobre a vida e artesanato de humanos que viveram na Europa há cerca de 40 mil anos

Correio Braziliense
postado em 13/09/2022 17:49
 (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
(crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Escavações arqueológicas recentes realizadas na Romênia forneceram algumas informações sobre o modelo de vida e artesanatos dos primeiros humanos modernos na Europa, que viveram há cerca de 40 mil anos. Os achados podem permitir vislumbres sobre como os homo sapiens se adaptaram no continente recém-povoado.

Os artefatos descobertos pelos pesquisadores indicam que eles eram voltados para a produção de lâminas de pedra lascada padronizadas, que poderiam ter sido utilizadas em flechas ou lanças. Além disso, também foi observado que pedras de amolar foram usadas para indireitar hastes de madeira.

Análises microscópicas mostraram que a maioria das superfícies dos artefatos não foram utilizadas, o que pode indicar que o local foi usado para fabricação de ferramentas, e elas foram posteriormente transportadas para outro lugar. Evidências geoquímicas sugerem que os artefatos foram deslocados para lugares a 300 km de distância.

As escavações também indicaram mudanças nas formas de subsistência do Homo Sapiens e dos Neandertais. "Fósseis contemporâneos próximos indicam que Homo sapiens e neandertais se cruzaram, mas ainda não sabemos o que isso significa para as maneiras pelas quais seus estilos de vida mútuos estavam mudando e como podemos ver isso em seus restos arqueológicos. O próximo passo é tentar elaborar a relação desses primeiros Homo sapiens com os primeiros neandertais", disse Jacopo Gennai, da Instituto de Arqueologia da Universidade de Colônia.

As escavações foram feitas em Românesti, no oeste da Romênia. A escavação foi liderada pelo arqueólogo Wei Chu da Universidade de Colônia (Alemanha) e da Universidade de Leiden (Holanda), com contribuições de Jacopo Gennai da Universidade de Colônia (Alemanha) e da Universidade de Pisa (Itália). Os resultados do estudo foram publicados na Nature: Scientific Reports.

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