Exploração Espacial

James Webb: veja imagens do berçário estelar 'Nebulosa da Tarântula'

A 161 mil anos-luz de distância, na galáxia da Grande Nuvem de Magalhães, a nebulosa é o lar das estrelas mais quentes e massivas conhecidas

Camilla Germano
postado em 06/09/2022 17:08 / atualizado em 06/09/2022 17:10
 (crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO)
(crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO)

Em mais um feito inédito, o telescópio James Webb, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) conseguiu observar milhares de estrelas jovens nunca antes vistas vistas em um berçário estelar chamado 30 Doradus. Apelidado de Nebulosa da Tarântula pela aparência de seus filamentos empoeirados em imagens de outros telescópios, o berçário tem sido uma das favoritas dos astrônomos que estudam a formação de estrelas.

A Nebulosa da Tarântula está localizada a 161.000 anos-luz de distância. É lar das estrelas mais quentes e massivas conhecidas e os resultados encontrados pelo James Webb foram divulgados nesta terça-feira (6/9).

Os astrônomos focaram três dos instrumentos infravermelhos de alta resolução do Webb na Nebulosa. Segundo a Nasa, a região lembra a casa de uma aranha tarântula escavadora, forrada com sua seda. A cavidade da nebulosa na imagem do NIRCam do James Webb foi escavada pela radiação empolgante de um aglomerado de estrelas jovens massivas — representada pelos brilhos azuis nas imagens.

  • Nesta imagem em mosaico que se estende por 340 anos-luz de diâmetro, a câmera infravermelha do James Webb (NIRCam) exibe a região de formação estelar da Nebulosa da Tarântula sob uma nova luz, incluindo dezenas de milhares de estrelas jovens nunca antes vistas que foram anteriormente envoltas em nuvens cósmicas. NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO
  • Nos comprimentos de onda mais longos de luz capturados por seu Mid-Infrared Instrument (MIRI), o telescópio James Webb se concentra na área ao redor do aglomerado de estrelas central e revela uma visão muito diferente da Nebulosa da Tarântula. NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO
  • Nesta imagem em mosaico que se estende por 340 anos-luz de diâmetro, a câmera infravermelha do James Webb (NIRCam) exibe a região de formação estelar da Nebulosa da Tarântula sob uma nova luz, incluindo dezenas de milhares de estrelas jovens nunca antes vistas que foram anteriormente envoltas em nuvens cósmicas. NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO
  • O espectrógrafo de infravermelho próximo de Webb (NIRSpec) revela o que realmente está acontecendo em uma região intrigante da Nebulosa da Tarântula. NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO
  • Nos comprimentos de onda mais longos de luz capturados por seu Mid-Infrared Instrument (MIRI), o telescópio James Webb se concentra na área ao redor do aglomerado de estrelas central e revela uma visão muito diferente da Nebulosa da Tarântula. NASA, ESA, CSA, STScI, Equipe de Produção Webb ERO

De acordo com os especialistas, apenas as áreas circundantes mais densas da nebulosa resistem à erosão pelos poderosos ventos estelares das estrelas, formando pilares que parecem apontar para o aglomerado. Além disso, esses pilares contêm protoestrelas em formação, que eventualmente vão sair dos casulos empoeirados e moldarão a nebulosa.

Os pesquisadores conseguiram flagrar justamente esse momento em uma estrela jovem. A NIRSpec do JWST mostrou que a estrela estava apenas começando a emergir de seu pilar e ainda mantinha uma nuvem isolante de poeira ao seu redor.

"Sem os espectros de alta resolução de Webb em comprimentos de onda infravermelhos, este episódio de formação estelar em ação não poderia ter sido revelado", explicou a Nasa.

Pesquisadores querem respostas

A Nebulosa da Tarântula é interessante para os astrônomos porque tem um tipo de composição química semelhante às gigantescas regiões de formação de estrelas observadas no "meio-dia cósmico do universo", quando o cosmos tinha apenas alguns bilhões de anos e a formação de estrelas estava no auge.

As regiões de formação de estrelas na Via Láctea não estão produzindo estrelas na mesma velocidade furiosa que a Nebulosa da Tarântula e têm uma composição química diferente. Dessa forma, a Nebulosa se torna o exemplo mais próximo e mais fácil de ver em detalhes, do que estava acontecendo no universo quando atingiu seu brilhante meio-dia.

O JWST fornecerá aos astrônomos a oportunidade de comparar e contrastar as observações da formação estelar na Nebulosa da Tarântula com as observações profundas do telescópio de galáxias distantes da era real do meio-dia cósmico, segundo informações da Nasa.

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