Astrônomos da Nasa conseguiram observar estruturas em escala fina na aurora de prótons que abrangem todo o lado diurno de Marte. Essas auroras são formadas à medida que o vento solar, composto de partículas carregadas do Sol, interage com a atmosfera superior.
Os dados encontrados pelos pesquisadores foram reportados na revista científica Geophysical Research Letters nesta quarta-feira (31/8).
As missões Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN) e Emirates Mars Mission (EMM) dos Emirados Árabes Unidos foram as responsáveis por observar essa aurora. As observações mostram que essas auroras parecem suaves e uniformemente distribuídas pelo hemisfério.
No entanto, o EMM observou a aurora de prótons que parecia altamente dinâmica e variável. Segundo a pesquisa, essas auroras de prótons irregulares se formam quando as condições turbulentas ao redor de Marte permitem que as partículas carregadas inundem diretamente na atmosfera e brilhem à medida que desaceleram.
“As observações do EMM sugeriram que a aurora estava tão difundida e desorganizada que o ambiente de plasma ao redor de Marte deve ter sido realmente perturbado, a ponto de o vento solar estar impactando diretamente a atmosfera superior onde quer que observamos a emissão auroral”, explica Mike Chaffin, que participou da descoberta.
De acordo como os especialistas, é possível ainda dizer que, ao combinar observações aurorais EMM com medições MAVEN do ambiente de plasma auroral, a hipótese encontrada por eles pode ser confirmada e determinar que as observações eram essencialmente um mapa de onde o vento solar estava chovendo no planeta.
Para Hessa Al Matroushi o uso de dados do MAVEN foi essencial para colocar essas novas observações de EMM em um contexto mais amplo. "Juntos, estamos ampliando os limites do nosso conhecimento existente não apenas de Marte, mas das interações planetárias com o vento solar", destacou.