Um time de pesquisadores do Centro de Microbiologia e Ciência de Sistemas Ambientais da Universidade de Viena, Áustria, identificou que bactérias podem ajudar amebas durante infecções.
As bactérias intracelulares conhecidas como simbiontes são capazes de proteger seu hospedeiro contra vírus. Além disso, o novo estudo sugere que a interação entre simbiontes e vírus influencia o fluxo de nutrientes nos ecossistemas. As amebas são protistas, ou seja, microrganismos unicelulares com núcleo celular e desempenham um papel fundamental nas teias alimentares e nos processos ecossistêmicos
Na pesquisa, os microbiologistas estudavam como as infecções virais afetavam o corpo quando amebas eram infectadas, simultaneamente, com clamídia. "Como, de acordo com o conhecimento atual, a infecção por clamídia leva a uma taxa de crescimento mais lenta do hospedeiro infectado, as clamídias são comumente consideradas parasitas", explica Patrick Arthofer, um dos autores do estudo.
No entanto, a pesquisa mostra que as clamídias são na verdade mutualistas e não parasitas. "Elas protegem os protistas contra infecções letais por vírus gigantes. Afinal, um crescimento mais lento é melhor do que morrer", aponta Arthofer.
Os resultados foram reportados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) na segunda-feira (29/8).
Saiba Mais
Segundo os pesquisadores a interação da bactéria com os vírus gigantes dentro da ameba não traz consequências apenas para o próprio hospedeiro. "Nosso estudo mostra que a presença da clamídia não impede que o vírus seja absorvido. No entanto, os vírus subsequentemente não podem formar uma fábrica de vírus funcional", complementa Matthias Horn, que também assina o estudo.
"Se as clamídias protegem os protistas de serem destruídos por vírus, eles não estão apenas garantindo que seus hospedeiros continuem sendo uma fonte de alimento para pequenos animais. Além disso, os simbiontes bacterianos podem influenciar todo o ciclo de nutrientes nos ecossistemas", aponta Arthofer.
Para Horn, outras pesquisas pretendem investigar o mecanismo por trás da proteção mediada por bactérias de protistas contra vírus gigantes.