Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA), identificaram que mulheres grávidas podem estar expostas a diversos materiais e objetos a base de compostos químicos, o que pode aumentar o risco de câncer e prejudicar o desenvolvimento infantil.
Segundo os especialistas, a melamina (usada na fabricação de plásticos e produtos antichama) e o ácido cianúrico (componente químico presente nas formulações de cloro estabilizado, também chamados de dicloro e tricloro) foram encontrados em quase todas as amostras participantes do estudo. Além disso, mulheres negras e aquelas que tinham mais exposição ao tabaco apresentaram níveis mais altos dos químicos.
A exposição aos químicos pode acontecer pela respiração, ingestão de alimentos contaminados e poeira doméstica, pela água potável ou até mesmo pelo uso de produtos que contenham plástico, corantes e pigmentos.
A melamina pode ser encontrada em louças, plásticos, pisos, balcões de cozinha e pesticidas. Já o ácido cianúrico é usado como desinfetante, estabilizador de plástico e solvente de limpeza em piscinas. As aminas aromáticas são encontradas em tintura de cabelo, rímel, tinta de tatuagem, tinta, fumaça de tabaco e escapamento de diesel.
“Esses produtos químicos são uma grande preocupação devido às ligações com câncer e toxicidade no desenvolvimento, mas eles não são monitorados rotineiramente nos Estados Unidos”, aponta Tracey J. Woodruff, uma das autoras do estudo.
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Análise dos dados
Para o estudo, os pesquisadores mediram 45 produtos químicos associados ao câncer e outros riscos observando dados de um grupo diverso de 171 mulheres que fazem parte do National Institutes of Health’s Environmental influences on Child Health Outcomes (ECHO) Program, que computou dados de 2008 a 2020.
Deste grupo, um terço das entrevistadas eram brancas (34%), 40% latinas, 20% negras, 4% eram asiáticos e os 3% restantes eram de outros grupos.
A partir das análises, eles perceberam que os níveis de 3,4-dicloroanilina — produto químico usado na produção de corantes e pesticidas — foram mais de 100% maiores entre mulheres negras e hispânicas em comparação com as brancas.
"Nossas descobertas levantam preocupações com a saúde de mulheres grávidas e fetos, já que alguns desses produtos químicos são cancerígenos conhecidos e potenciais tóxicos para o desenvolvimento”, explica Giehae Choi, que também assina o estudo. "Uma ação regulatória é claramente necessária para limitar essa exposição", declara também.
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