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James Webb: Galáxia fantasma é observada mais de perto; veja imagens

Galáxia está localizada a cerca de 32 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Peixes. Ela foi classificada pelos astrônomos como pertencente da classe de galáxias "espirais de grande design"

Talita de Souza
postado em 29/08/2022 19:46
A visão nítida de Webb revelou delicados filamentos de gás e poeira nos grandiosos braços espirais que se estendem para fora do centro desta imagem da M74, conhecida como Galáxia Fantasma. A falta de gás na região nuclear também fornece uma visão desobstruída do aglomerado de estrelas nucleares no centro da galáxia -  (crédito:  ESA/Webb, NASA & CSA, J. Lee and)
A visão nítida de Webb revelou delicados filamentos de gás e poeira nos grandiosos braços espirais que se estendem para fora do centro desta imagem da M74, conhecida como Galáxia Fantasma. A falta de gás na região nuclear também fornece uma visão desobstruída do aglomerado de estrelas nucleares no centro da galáxia - (crédito: ESA/Webb, NASA & CSA, J. Lee and)

O telescópio James Webb mudou de forma sem precedentes, mais uma vez, a percepção de um objeto astronômico já observado no Universo: novas imagens captadas pelo mais poderoso observador espacial em atividade revelam que os “tentáculos” da galáxia M74 são mais densos e definidos do que se pensava a partir da observação feita pelo Hubble.

Nos registros publicados pela Agência Espacial Européia (ESA), nesta segunda (29/8), o aglomerado de estrelas, que já é conhecido como Galáxia Fantasma por ter espirais grossas e definidas em volta de um centro luminoso, ganhou um aspecto ainda mais fantasmagórico pelas lentes do instrumento de leitura em infravermelho MIRI de Webb.

Observada pela primeira vez por Hubble, a galáxia parecia ter tentáculos definidos, mas superficiais. Agora, na visão de Webb, foi possível observar que cada braço do aglomerado é extenso e grosso, composto por delicados filamentos de gás e poeira estelar, além de ter um aspecto de solidez, como se cada “tentáculo” fosse recheado de uma substância sólida pelo tamanho da imponência dos espirais.

A galáxia está localizada a cerca de 32 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Peixes. Ela foi classificada pelos astrônomos como pertencente da classe de galáxias “espirais de grande design”, porque os espirais são consistentes e proeminentes, diferentemente das espirais comuns, que mostram apenas alguns rastros de poeiras neste formato.

  • Os cientistas combinaram dados dos telescópios Hubble e Webb para uma imagem mais complementada da galáxia M74 ESA/Webb, NASA & CSA, J. Lee and
  • A visão nítida de Webb revelou delicados filamentos de gás e poeira nos grandiosos braços espirais que se estendem para fora do centro desta imagem da M74, conhecida como Galáxia Fantasma. A falta de gás na região nuclear também fornece uma visão desobstruída do aglomerado de estrelas nucleares no centro da galáxia ESA/Webb, NASA & CSA, J. Lee and
  • À esquerda, a visão do Telescópio Espacial Hubble da galáxia M74 varia desde as estrelas mais velhas e mais vermelhas em direção ao centro, até as estrelas mais jovens e azuis em seus braços espirais. À direita, a imagem do Telescópio Espacial James Webb é surpreendentemente diferente, destacando as massas de gás e poeira dentro dos braços da galáxia e o denso aglomerado de estrelas em seu núcleo. A imagem combinada no centro funde estes dois para uma visão verdadeiramente única desta galáxia espiral ESA/Webb, NASA & CSA, J. Lee and

A observação de Webb faz parte de uma missão do telescópio em mapear 19 galáxias formadoras de estrelas localizadas próximas ao raio de infravermelho do aparelho. As galáxias já foram estudadas por Hubble e outros observatórios terrestres e o objetivo dos cientistas é captar dados mais precisos e inéditos que passarem despercebidos pelo antigo telescópio, assim como ocorreu com a M74.

De acordo com os cientistas do ESA, com as lentes dos instrumentos de Webb, que captam em comprimentos de onda mais longos, “é possível identificar regiões de formação de estrelas nas galáxias, medir com precisão as massas e idades dos aglomerados de estrelas e obter informações sobre a natureza dos pequenos grãos de poeira à deriva no espaço interestelar.

Combinação perfeita: cientistas mesclam imagens do Hubble e do Webb

Além do espectro total da Galáxia Fantasma feita por Webb, os cientistas da ESA publicaram uma imagem em que se vê o resultado da junção entre a captação da M74 feita por Hubble e a que foi feita por Webb. O resultado é uma explosão de cores, formatos e imponência. Veja:

 À esquerda, a visão do Telescópio Espacial Hubble da galáxia M74 varia desde as estrelas mais velhas e mais vermelhas em direção ao centro, até as estrelas mais jovens e azuis em seus braços espirais. À direita, a imagem do Telescópio Espacial James Webb é surpreendentemente diferente, destacando as massas de gás e poeira dentro dos braços da galáxia e o denso aglomerado de estrelas em seu núcleo. A imagem combinada no centro funde estes dois para uma visão verdadeiramente única desta galáxia espiral
À esquerda, a visão do Telescópio Espacial Hubble da galáxia M74 varia desde as estrelas mais velhas e mais vermelhas em direção ao centro, até as estrelas mais jovens e azuis em seus braços espirais. À direita, a imagem do Telescópio Espacial James Webb é surpreendentemente diferente, destacando as massas de gás e poeira dentro dos braços da galáxia e o denso aglomerado de estrelas em seu núcleo. A imagem combinada no centro funde estes dois para uma visão verdadeiramente única desta galáxia espiral (foto: ESA/Webb, NASA &CSA, J. Lee and)

Para os astrônomos, a visão nítida do Hubble em comprimentos de onda ultravioleta e visível complementa a sensibilidade sem precedentes do Webb em comprimentos de onda infravermelhos. Os dados combinados trazem uma riqueza maior sobre os objetos astronômicos do que com apenas um deles.

Eles apontam que algo parecido já foi feito com observações de radiotelescópios terrestres, como ocorre com o projeto Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma), um telescópio que reúne 66 antenas de radiotelescópios e unifica os dados obtidos pelos aparelhos.

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