Exploração Espacial

Rochas em caverna de Marte sugerem existência de vida há bilhões de anos

Com o Perseverance Rover na Nasa, pesquisadores identificaram condições no Planeta Vermelho semelhantes a de locais habitáveis na Terra

Camilla Germano
postado em 25/08/2022 18:09
O Rover Perseverance Mars tira uma selfie enquanto olha para a rocha "rochette", a primeira rocha amostrada com sucesso pelo Rover. -  (crédito: NASA/JPL-CALTECH/MSSS)
O Rover Perseverance Mars tira uma selfie enquanto olha para a rocha "rochette", a primeira rocha amostrada com sucesso pelo Rover. - (crédito: NASA/JPL-CALTECH/MSSS)

O Perseverance Rover da Nasa, parte da missão Mars 2020 Perseverance, fez uma descoberta importante que pode ajudar a entender se o Planeta Vermelho já habitou vida em algum momento. Após ter identificado a captação dos sons na superfície do planeta, o robô da missão achou agora rochas alteradas por água que podem ser a chave para compreender a história de Marte.  

As rochas foram encontradas no fundo da cratera Jezero. O local de escavação foi escolhido porque tem um longo rio delta — foz de um rio formada por vários canais ou braços do leito do rio — que se inundou para um lago antigo.

Para os pesquisadores, essas rochas podem sinalizar a existência de vida do Planeta Vermelho há bilhões de anos. "Esses tipos de ambientes na Terra são lugares onde a vida prospera. O objetivo de explorar o rio e a cratera é procurar nesses ambientes, outrora habitáveis, rochas que possam conter evidências de vida antiga”, explica a astrobióloga Amy Williams, que participou do trabalho de descoberta das rochas.

A missão exploradora usando o Perseverance Rover e uma descrição das amostras de rochas coletadas foram reportadas no jornal científico Science, nesta quinta-feira (25/8).

  • Uma imagem tirada pelo rover Perseverance Mars da rocha "Rochette", mostrando os buracos das primeiras amostras de rocha bem-sucedidas tiradas pelo rover. Essas amostras de rochas estão programadas para retornar à Terra para estudos mais detalhados que possam identificar sinais de vida antiga em Marte. NASA/JPL-Caltech
  • A rota que o Rover Perseverance Mars fez de seu local de pouso até sua primeira tentativa fracassada de coletar uma amostra de rocha (Roubion) até o local de sua primeira coleta bem-sucedida de amostras de rocha (Citadelle). A viagem durou cerca de sete meses. NASA/JPL-CALTECH/MSSS
  • O Rover Perseverance Mars tira uma selfie enquanto olha para a rocha "rochette", a primeira rocha amostrada com sucesso pelo Rover. NASA/JPL-CALTECH/MSSS

Mais detalhes da expedição

O Perseverance pousou no fundo da cratera Jazero em fevereiro de 2021 e desde então os pesquisadores exploram a composição geológica do chão da cratera usando ferramentas acopladas no robô para tirar fotos e analisar a composição química das rochas, além de observar a estrutura no subsolo.

No chão da cratera os especialistas descobriram mais erosões do que estavam esperando. Essas erosões expuseram uma cratera criadas por rochas formadas de lava e magma, também conhecidas como rochas ígneas.

Segundo os pesquisadores, eles esperavam encontrar rochas sedimentares do lago ou do rio em cima dessas rochas ígneas, no entanto, ponderam que é muito possível que as rochas sedimentares mais macias tenham se desgastado ao longo de eras, deixando as rochas ígneas mais duras para trás.

Outro detalhe interessante é que essas rochas foram alteradas pela água, o que corrobora com a teoria de que Marte já teve um passado aquático.

O material foi armazenado dentro do Rover e retornará à Terra ao final da missão exploradora em Marte. A partir disso, os pesquisadores estudarão as características delas.

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