câncer

Corticoide reduz efeitos colaterais da radioterapia

Embora a abordagem radioterápica seja importante para controlar o crescimento do tumor, ela apresenta um risco significativo de aumentar os efeitos colaterais indesejados

Correio Braziliense
postado em 16/08/2022 06:00
 (crédito: Cadu Gomes/CB/D.A Press)
(crédito: Cadu Gomes/CB/D.A Press)

Um novo estudo publicado por pesquisadores do Centro de Câncer da Universidade de Kentucky Markey, nos Estados Unidos, sugere que o esteroide comum betametasona poderia ser usado para reduzir os efeitos colaterais indesejados dos tratamentos de radiação para câncer de próstata. A pesquisa foi divulgada no International Journal of Molecular Sciences.

O estudo de laboratório, liderado por Luksana Chaiswing, é o primeiro a demonstrar que a betametasona protege as células normais da próstata das lesões induzidas pela radioterapia, enquanto que as cancerosas mantêm-se suscetíveis ao tratamento. Esse câncer é a segunda principal causa de morte oncológica entre os homens. Embora a abordagem radioterápica seja importante para controlar o crescimento do tumor, ela apresenta um risco significativo de aumentar os efeitos colaterais indesejados, incluindo danos aos tecidos normais.

"Novas terapias destinadas a proteger contra lesões nos tecidos normais, ao mesmo tempo em que aumentam a eficácia da radioterapia, são urgentemente necessárias", disse Chaiswing. "O desenvolvimento de tais abordagens teria um grande impacto no controle do câncer de próstata e na qualidade de vida dos pacientes."

Toxicidade

A equipe examinou cerca de 700 medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration para algumas propriedades, incluindo a proteção de células não cancerosas contra a citotoxicidade induzida por radioterapia. A betametasona, um corticosteroide aprovado para o tratamento de inflamações e câncer do sistema hematopoiético, foi um dos cinco principais medicamentos com todos os requisitos desejados pelos cientistas.

A betametasona aumenta os níveis de peróxido de hidrogênio, que ativa uma proteína protetora chamada RelB em células normais da próstata não cancerosas. "O resultado deste projeto pode levar a um novo regime anticancerígeno que melhora a eficácia da radioterapia ao sensibilizar o tecido tumoral à radiação e, ao mesmo tempo, proteger o tecido normal dos efeitos colaterais induzidos pelo tratamento, o que pode levar a uma melhor qualidade de vida para os sobreviventes do câncer", disse Chaiswing.

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