Após comprar frutas, legumes e verduras, você é daquele tipo que come imediatamente ou daqueles que preferem lavar antes de consumir?
Nos últimos anos, uma conscientização maior em relação aos germes deixou muitos de nós cautelosos com a limpeza dos alimentos frescos — e agora há vários produtos de higienização no mercado para ajudar nesse trabalho.
- Os 9 erros de higiene mais comuns na cozinha que são risco à saúde
- Os perigos de lavar o frango antes de cozinhá-lo
Mas, em primeiro lugar, será que realmente precisamos lavar alguma fruta, legume ou verdura?
A resposta é sim, de acordo com o cientista de alimentos Stuart Farrimond.
"A coisa certa a fazer é lavar suas frutas, legumes e verduras porque pode haver muitos patógenos nocivos e perigosos, bactérias que podem ser prejudiciais", afirmou o especialista ao programa de rádio Mornings, da BBC.
"Você não sabe quem manuseou isso, você não sabe quais bactérias e quais germes estão no solo e até mesmo se foi lavado antes de chegar ao supermercado."
Farrimond lembra que vale a pena lavar frutas, legumes e verduras porque pode haver resíduos remanescentes de pesticidas em suas superfícies.
"Algumas frutas como laranja e melão, por exemplo, não importa o que você faça, ainda haverá agrotóxicos dentro delas, o que é meio deprimente. Os pesticidas que pulverizam sobre eles são chamados de sistêmicos, então passam por toda a planta, e por isso estão no seu interior."
"Coisas como uvas, morangos, folhas de salada, vão ter alguns resíduos de pesticidas na superfície. E então [nestes casos] vale a pena lavar porque você vai conseguir tirar um pouco."
Você deve usar sabão?
Com inúmeros produtos no mercado, será que vale a pena investir em uma ajudinha extra para se livrar dos germes?
De acordo com Farrimond, não.
"Não use nenhum tipo de spray ou qualquer tipo de sabão... Porque isso, na verdade, está adicionando mais produtos químicos às suas frutas, legumes e verduras", adverte.
"Da mesma forma que você não gostaria de usar detergente na maçã, porque quando você come, pode sentir um pouco o gosto de detergente."
"Você não precisa de mais nada além de água corrente e esfregar o produto."
Se o alimento for consumido cru, algumas instituições, como o Ministério da Saúde, recomendam mergulhá-los numa bacia que tenha uma mistura de água e hipoclorito de sódio por cerca de 15 minutos. Depois, basta lavar em água corrente e secar antes de comer ou de guardar na despensa ou na geladeira, dependendo do alimento.
Para cada litro d'água deve-se acrescentar uma colher de sopa de hipoclorito, orientam os especialistas.
Você pode encontrar esse produto à venda em feiras livres, supermercados, farmácias e hortifrutis. Ele também está disponível gratuitamente em alguns postos de saúde.
Esse rito de limpeza não precisa ser seguido à risca nos vegetais que são descascados e cozidos, como a batata e a mandioca. O próprio fogo já vai eliminar os micro-organismos potencialmente danosos.
E se o produto for pré-lavado?
Muitas vezes, os produtos frescos são rotulados como "lavados e prontos para comer" — nestes casos, será que realmente precisamos colocá-los embaixo da torneira também?
"Nós provavelmente deveríamos", recomenda Farrimond.
Ele observa que não podemos saber se a lavagem foi realizada em ambiente estéril ou se o item foi colocado na água e manuseado novamente.
"Se você quer ter segurança, eu diria que lave", acrescenta.
"Em última análise, lavar vai te ajudar, [embora] não elimine todos os riscos de tudo."
Esta reportagem foi baseada em um episódio do programa de rádio Mornings, da BBC — ouça aqui na íntegra (em inglês).
- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62462529
Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.