A empresa Johnson & Johnson anunciou que vai suspender a venda de talco para bebês no mundo todo a partir de 2023, após uma série de reclamações questionando a segurança do produto. O produto, que já não é mais comercializado nos Estados Unidos nem no Canadá, vem sofrendo milhares de ações por mulheres que teriam desenvolvido câncer de ovário após o uso regular do talco.
O talco contém amianto, uma substância cancerígena proibida no Brasil e em muitos outros países. Nesta sexta-feira (12/8), a J&J sustentou que deixará de vender o pó a base de talco como parte de uma avaliação de portfólio mundial. Ainda segundo a farmacêutica, a empresa tomou a decisão de substituir o talco por amido de milho no produto infantil.
"Avaliamos e otimizamos continuamente nosso portfólio para melhor posicionar os negócios para o crescimento de longo prazo", afirmou. "Essa transição ajudará a simplificar nossas ofertas de produtos, fornecer inovação sustentável e atender às necessidades de nossos consumidores, clientes e tendências globais em evolução."
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Riscos à saúde
No fim do ano de 2018 vieram à tona informações de que a empresa estava ciente, há décadas, de que o produto continha asbesto, mineral com composição e características semelhantes às do amianto. Em 2017, em julgamento histórico, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a extração, industrialização, comercialização e distribuição do amianto.
Especialistas explicam que as doenças mais comuns ligadas ao amianto são a asbestose, um tipo de pneumoconiose, e o mesotelioma, um tipo de câncer. A asbestose é conhecida como "pulmão de pedra" e aos poucos a capacidade do órgão de contrair e expandir impede o paciente de respirar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) sustenta que todas as variedades de amianto causam câncer.
*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro
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