Quando um personal trainer tem que montar um treino, a primeira coisa que ele leva em consideração é se o aluno é homem ou mulher, por uma série de razões. De acordo com diversas pesquisas científicas, entre elas uma da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, os homens têm maior massa muscular e menor percentual de gordura do que as mulheres, o que acaba impactando na hora de treinar e deve ser levado em conta.
“Além de questões físicas e fisiológicas, as diferenças entre homens e mulheres na hora de treinar existem na parte estética, já que, na maioria dos casos, eles fazem treinos e dietas focados na hipertrofia muscular. E elas estão sempre tentando perder gordura e definir o corpo”, explica José Corbini, educador físico e sócio do aplicativo Personal Virtual.
De acordo com pesquisa recente da Toluna, empresa especializada em insights de mercado, a pandemia aumentou a preocupação dos brasileiros quando o assunto é atividade física. O estudo indica que 79% das pessoas praticam exercícios. Desses, 39% fazem musculação.
Pensando nisso, José Corbini destacou quatro diferenças entre os treinos e objetivos de homens e mulheres:
1- “Corpo dos sonhos” do homem x da mulher
A primeira e mais conhecida diferença é que os homens têm uma preferência para trabalhar a parte superior do corpo, com ênfase nos braços, peitoral e costas. E as mulheres estão mais focadas nos exercícios destinados aos membros inferiores, pois, na grande maioria das vezes, querem tornear e até mesmo aumentar o volume das pernas e dos glúteos. "Os exercícios ‘queridinhos’ dos homens acabam sendo o supino e suas variações, que trabalham especificamente o peitoral, e as roscas, que trabalham o desenvolvimento do bíceps”, comenta o educador físico
Já quando falamos das mulheres, elas preferem agachamentos e outras variações com foco nas pernas, panturrilhas, coxas e glúteos. “De forma geral é nesse tipo de exercício que o público feminino costuma focar, até porque a maioria das mulheres acumula gordura nessas regiões, dos quadris e membros inferiores”, complementa.
Vale lembrar que, apesar de focar em determinados músculos, isso não significa que mulheres tenham que deixar de treinar membros superiores nem que homens devam abandonar os agachamentos, pois os treinos se completam.
“É sempre importante buscar o equilíbrio e trabalhar o corpo como um todo, mesmo que para alguns grupos musculares o trabalho seja mais intenso”, recomenda Corbini.
2 - Cardiovascular: aulas x aparelhos
Os exercícios cardiovasculares são importantes no treino tanto dos homens quanto no das mulheres, pois, além de complementarem a musculação, ajudam na saúde como um todo. Mas, nesse quesito, de acordo com o educador físico, também é notada uma diferença entre os sexos.
As mulheres, de forma geral, preferem fazer exercícios aeróbicos em aulas coletivas, como zumba, fitdance, entre outras, mas não é comum ver muitos homens nessas modalidades. “Eles preferem a esteira, a bicicleta ou o elíptico. É muito difícil ver homens aderindo a essas aulas”, comenta Corbini.
3 - Planejamento dos treinos
A periodização, ou seja, como os grupos musculares são separados nos treinos em semanas de planejamentos, também é distinta, em consequência da preferência de cada um.
“Geralmente, os homens vão treinar mais vezes na semana peitoral, bíceps, tríceps, ombro e costas do que elas, que treinam pernas e glúteos com maior frequência. No entanto, é importante trabalhar o corpo todo, para que o equilíbrio seja proporcionado”, pontua o educador físico.
Ao contrário do que alguns acreditam, José Corbini esclarece que não seria prejudicial se tanto homens quanto mulheres seguissem o mesmo treino, mas existe a necessidade de planejar os exercícios físicos para cada indivíduo, já que cada caso é um caso. “É preciso planejar o treino levando em conta as características específicas e nível de condicionamento. Acima de tudo, os treinos devem ser preparados para pessoas, e não gêneros”.
4 - Dificuldades, objetivos e fisiologia
É claro que não pode generalizar os objetivos e preferências, mas por uma questão fisiológica, nota-se também uma diferença entre homens e mulheres quando se fala de objetivos dentro de uma academia.
“Naturalmente, as mulheres têm menos massa muscular e mais gordura corporal do que os homens e, por isso, elas têm mais dificuldades em perder gordura e ganhar músculos”, explica José Corbini. “No entanto, isso não quer dizer que não irão atingir seus objetivos, para isso é necessário um trabalho focado, com a ajuda de profissionais de Saúde”, enfatiza.
O educador físico rejeita os estereótipos sobre o masculino e feminino, e alega que pode vir a se tornar um problema de saúde quando extremo. “As pessoas, às vezes, buscam se encaixar em um padrão e acabam excluindo suas individualidades. O importante é cultivar o equilíbrio na saúde física e mental e ter uma visão mais ampla, pensando no bem estar e qualidade de vida como um todo. Não é preciso ter pressa, com disciplina e consultoria adequada o resultado aparece”.
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