Cérebro

Insultos e ofensas verbais equivalem a tapas no rosto, diz estudo

Os pesquisadores usaram eletroencefalografia (EEG) condutância da pele para comparar os impactos de curto prazo de repetidos insultos verbais

Insultar ou ofender alguém pode ser tão forte quanto um tapa no rosto. A imposição foi constatada por uma pesquisa holandesa, que analisou como o nosso cérebro reage a "palavras duras".

O estudo "Do People Get Used to Insulting Language?" (Pessoas se acostumam à linguagem ofensiva?, em livre tradução) foi publicado na revista científica Frontiers in Communication na segunda-feira (18/7).

Para conseguiu chegar a conclusão de que os insultos podem ser equivalentes a tapas no rosto, os pesquisadores fizeram registros de eletroencefalografia (EEG) e condutância da pele para comparar o impacto de curto prazo de repetidos insultos verbais com o de repetidas avaliações positivas ou neutras.

"Compreender o que uma expressão insultuosa faz com as pessoas à medida que se desenvolve, e por que, é de considerável importância para psicolinguistas interessados em como a linguagem move as pessoas, mas também para outros que desejam entender os detalhes do comportamento social", afirma Marijn Struiksma, que assina o estudo.

Eles estudaram como 79 mulheres da Universidade de Utrecht reagiram a falas ofensivas como "fulana é horrível", elogios como "fulana é impressionante" e por fim falas neutras e factualmente corretas como "fulana é holandesa".

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Metade das afirmações usava o nome das participantes e outras usavam nomes de outras pessoas. As voluntárias eram avisadas de que as declarações estavam sendo ditas por três homens diferentes.

Assim os pesquisadores observaram que, mesmo em condições não naturais (já que estavam em laboratório), os insultos verbais ainda podem atingir as pessoas.

No cenário da pesquisa, os insultos foram percebidos como mini tapas na cara. "Nosso estudo mostra que em um experimento de laboratório psicolinguístico sem interação real entre os falantes, os insultos entregam 'mini tapas na cara' lexicais, de modo que as palavras avaliativas fortemente negativas envolvidas que um participante lê, automaticamente chamam a atenção durante a recuperação lexical, independentemente de quão muitas vezes essa recuperação ocorre", explica Struiksma.

O estudo mostrou assim uma maior sensibilidade do nosso cérebro a palavras negativas em comparação com palavras positivas.

 

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